Chefe da facção assistiu a execução de irmãs por videochamada

Um dos líderes de uma facção criminosa que está preso na PCE (Penitenciária Central do Estado) acompanhou, por videochamada, a tortura e execução da candidata a vereadora Rayane Alves Porto, de 25 anos, e de sua irmã Rithiely Alves Porto, em Porto Espiridião (322 km de Cuiabá), no último sábado (14).

 

o crime brutal apurado neste procedimento aconteceu, em tese, por ordem emanada de dentro da Penitenciária Central do Estado de uma pessoa chamada ‘Véio’

A informação foi confirmada pelo delegado Higo Rafael Ferreira ao MidiaNews.

 

A videochamada teve duração de mais de 3 horas. Nela, um dos líderes da facção, apelidado de “Véio”, acompanhou a tortura das quatro vítimas e teria ordenado a execução das duas irmãs.

 

Elas foram mortas por supostamente terem feito o sinal de uma facção rival em uma foto publicada nas redes sociais. As irmãs eram evangélicas e uma delas candidata a vereadora do município.

 

Na decisão do juiz Ricardo Garcia Maziero, da Comarca de Porto Esperidião, que decretou a prisão preventiva de quatro suspeitos do crime, ele já havia confirmado que a ordem para a execução partiu de dentro da PCE.

 

“Ademais, ressalto que Rosivaldo Silva Nascimento, Lucas dos Santos Justiniano Maikon Douglas Goncalves Roda e Ana Claudia Costa Silva foram uníssonos ao informar, perante a autoridade policial, o desenrolar dos fatos e suas respectivas participações, sendo que o crime brutal apurado neste procedimento aconteceu, em tese, por ordem emanada de dentro da Penitenciária Central do Estado de uma pessoa chamada ‘Véio’ e que a ação delituosa ocorreu como uma espécie de ‘tribunal do crime’”, diz trecho da decisão.

 

Duas pessoas saíram vivas do local do crime, um rapaz de 24 e outro de 29 anos. Um dos rapazes também foi torturado, teve uma das orelhas e um pedaço do dedo cortados. O outro conseguiu fugir pulando o muro da casa e pediu socorro à PM.

 

O rapaz torturado ainda está internado, mas não corre risco de morte. As duas irmãs foram sepultadas neste domingo (15) em Glória D’Oeste.

 

O crime

 

As quatro vítimas estavam em uma festa quando foram rendidas pelos criminosos e obrigadas a seguirem para uma casa, na região central da cidade, que funcionava de cativeiro da facção. Câmeras de segurança registraram o grupo conduzindo as vítimas.

 

Ao chegar na casa, as duas irmãs foram torturadas e mortas por golpes de faca. 

 

Na tarde de sábado (14), seis adultos foram presos e quatro menores apreendidos por envolvimento nas execuções. 

 

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