Setembro amarelo: uma reflexão sobre saúde mental
Setembro é o mês de conscientização e prevenção ao suicídio, esse tema tão delicado e ao mesmo tempo tão atual nos traz a reflexão sobre como está a saúde mental no nosso país. Nesse contexto, a campanha Setembro Amarelo tem sido um importante instrumento para difundir informações que podem salvar vidas, por meio de ações educativas disseminadas por todo Brasil.
Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, a campanha 2024 reforça a importância de quebrar o silêncio em torno do assunto, incentivando o diálogo e a busca por ajuda em momentos de crise.
E é de extrema relevância falar sobre o tema, já que, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 12 mil suicídios são registrados anualmente no Brasil, uma realidade alarmante que tem afetado, principalmente, os jovens. O suicídio é a quarta causa de morte, na faixa etária entre os 15 e 29 anos.
Especificamente entre os adolescentes, a situação é mais grave ainda, com crescimento de 49,3% nas taxas de mortalidade, entre os 15 e 19 anos, o que representa 6,6 a cada 100 mil. Na faixa etária entre os 10 e 14 anos, o percentual chegou a 45%, contabilizando 1,33 por 100 mil. Os dados são do Ministério, referentes aos anos de 2016 a 2021.
Conforme estatísticas da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), ao longo de 2023, 254 pessoas tiraram a própria vida, em Mato Grosso. Um aumento de 22% em comparação ao mesmo período de 2018, quando foram registrados 207 suicídios. Em Cuiabá houve um acréscimo de 108% nos casos de suicídios, sendo que em 2018 foram notificados 24 casos, e em 2019, o número subiu para 50.
Situada na região metropolitana de Cuiabá, Várzea Grande também se destaca em relação ao número de suicídios. Segundo a Sesp, em 2018, 14 pessoas tiraram a própria vida, no ano seguinte, 23, totalizando aumento de 64%.
Em todo o mundo, aproximadamente 800 mil pessoas morrem por suicídio, a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, o suicídio é a primeira causa de morte não natural em países mais desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, são registrados por ano mais suicídios do que mortes por acidentes de trânsito.
Este é um fenômeno multifatorial, mas que está diretamente relacionado a transtornos mentais, como a depressão, ansiedade, transtorno bipolar e abuso de substâncias. Porém, o problema também pode ser influenciado pela perda repentina de um emprego, a morte de um ente querido ou até mesmo por uma desilusão amorosa, são diversos os fatores que provocam dor e impactam diretamente na vida do ser humano.
Em resumo, é preciso destacar que embora seja uma questão complexa, é possível prevenir o suicídio e ajudar a quem necessita de apoio emocional. Observem os sinais, as mudanças de comportamento, nem sempre quem está em sofrimento demonstra ou pede ajuda, olhe para o lado e seja empático, essa atitude pode salvar uma vida!
Mara Nasrala é diretora executiva da Help Vida.