Sumiço de manicure: “não sabemos se está viva”, diz irmão
Desde que a manicure Sandra Godoy, de 29 anos, desapareceu no dia 28 de setembro, há quase 60 dias, em Canarana, seus familiares têm feito buscas na região do Araguaia a procura de pistas de seu paradeiro.
A jovem, que mora em Barra do Garças, saiu de casa no dia 28 de setembro com destino a Ribeirão Cascalheira, a
893 km da capital. No caminho, telefonou para a filha, de 12 anos, informando que a viagem corria bem e, depois disso, não manteve mais contato com a família. “Ela não fica mais de duas horas sem ligar para a filha dela de 12 anos”, lembra o pai, José Carlos Godoy, aposentado.
De acordo com a delegada da Polícia Civil, Luciana Batista Canaverde, tinha saído de Barra do Garças para se encontrar com um ex-namorado, com quem continuava relacionando, em Canarana.
As amigas de Sandra disseram que ela tinha viajado para receber uma dívida. Porém, ainda não se sabe quem seria a pessoa que a pagaria.
Desde que Sandra desapareceu, Luiz Carlos Araújo, irmão da moça e que também mora em Barra do Garças, praticamente parou de trabalhar como motorista para procurá-la pela região. “Essas buscas fiz nas estradas de chão e asfalto de Canarana para Ribeirão Cascalheira, em estradas abandonadas e beiras de estradas. Na região de Ribeirão Cascalheira fui até nas proximidades de Porto Alegre do Norte”, conta.
Quando tinha notícias de que havia algum corpo de uma mulher não identificado, mesmo que em outros municípios, Luiz Carlos ia até o local para verificar se era de sua irmã. “A minha família inteira quer saber onde ela está e não tem resposta da polícia”, diz.
A Justiça de Mato Grosso autorizou em outubro a quebra do sigilo telefônico da manicure. De acordo com José Carlos, no dia 9 de novembro, a família recebeu uma ligação informando que o relatório sobre as ligações de Sandra haviam chegado na delegacia em Água Boa, onde o caso também é investigado. No entanto, ao chegar na delegacia, a informação é de que o relatório ainda não havia chegado.
“Dizem que temos que esperar a quebra do sigilo telefônico, mas isso para nós é muito doloroso. À noite, às vezes, você não dorme, não sabemos se está viva está morta”, comenta o irmão.
O pai de Sandra informou que existem vídeos anexados à investigação que mostram a jovem entrando e saindo de um hotel em Barra do Garças com o gerente de uma fazenda de Ribeirão Cascalheira, a 893 km de Cuiabá, no dia 25 de setembro. Outro vídeo mostraria Sandra chegando à rodoviária de Canarana, a 838 km de Cuiabá, e entrando em uma caminhonete que seria do suspeito.
“Para nós da família, não tem o parecer de nada, nem de quem é o principal suspeito. Não sei que provas eles querem”, diz o irmão de Sandra.
A Polícia Civil informou que o relatório das ligações telefônicas ainda não chegou da operadora de celular. Segundo o delegado Deuel Paixão, que responde por delegacias de Canarana e Ribeirão Cascalheira, assim que o relatório chegar, vai encaminhar o procedimento para o Fórum e fazer um pedido para aumento do prazo para investigação. Em seguida, encaminhará o caso para a delegacia de Água Boa. (Folhamax)