Do sequestro a mutilação e morte, veja detalhes da execução de irmãs
Neste 14 de outubro completa um mês que Rithiele e Rayane Porto foram executadas por 15 membros do Comando Vermelho, sendo sete adultos e oito adolescentes. A execução, recheada com requintes de crueldade, foi motivada por um suposto envolvimento das irmãs com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Além das irmãs, outros três rapazes também foram sequestrados e um deles quase foi executado com a mesma crueldade das irmãs.
Segundo a denúncia do Ministério Público, que o Estadão Mato Grosso teve acesso, a ação foi complexa para sequestrar as vítimas e submetê-las ao tribunal do crime. Tudo começou ainda na madrugada do dia nove de setembro, quando a faccionada Rosicléia da Silva alugou a casa que se tornaria, quatro dias depois, o palco da brutal execução.
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No dia 13 de setembro, ocorria na cidade de Porto Esperidião o Festival da Pesca e lá os faccionados Rosivaldo, Maikon, Ana Cláudia, Lucas, Adrian e Matheus viram as irmãs na companhia de outros três rapazes. Já durante a madrugada, o grupo foi abordado pelos faccionados, que pegaram os seus telefones e os levaram até o cativeiro.
Lá, um dos rapazes sequestrado tentou fugir, mas os adolescentes e Adrian o perseguiram e conseguiram trazê-lo de volta à residência.
Tortura, o início do terror.
Quando todas as cinco vítimas estavam juntas, Ana Cláudia cortou os cabelos das irmãs com uma faca e pegou um pedaço de pau, o molhando para deixá-lo mais pesado. A madeira também tinha um prego na ponta e as agressões começaram.
Rosivaldo era o coordenador da tortura das irmãs e recebia ordens de um faccionado, identificado como “Veio” e que estava preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Durante as torturas, os faccionados exigiam que as vítimas confessassem seu envolvimento com o grupo criminoso rival.
As vítimas chegaram a falar diretamente com “Veio” para explicar o motivo da postagem, onde supostamente faziam o símbolo de uma facção rival e durante a madrugada, as irmãs e um dos rapazes foi separada do resto do grupo e levada a um cômodo separado onde as agressões se intensificaram.
Ana Cláudia utilizou o pedaço de madeira com prego para agredir Rayane, chegando a cravar o prego diretamente na barriga da vítima. Maikon,
Ana Cláudia e um adolescente cortaram os dedos de Rithiele e Rayane, além de cortarem um dedo e a orelha do rapaz junto das irmãs.
Enquanto as vítimas gritavam, Ana Cláudia usou um pano como mordaça para abafar os pedidos de socorro e após não ter sido comprovado o envolvimento das vítimas, os faccionados começaram a exigir dinheiro e mesmo após terem obtido R$ 11 mil, não libertaram as vítimas a ordem de execução foi dada.
Maikon cortou o pescoço de Rayane e Ana Cláudia bateu a cabeça de Rithiele até ela desmaiar e em seguida os dois rasgaram o pescoço da jovem e a finalizaram com uma facada na barriga.
O rapaz também foi esfaqueado no pescoço e além de perder um dedo, perdeu um pedaço da orelha, mas conseguiu fugir com vida. Os últimos dois rapazes que também haviam sido sequestrados e separados do trio que havia sofrido mais tortura conseguiram fugir e o bando criminoso se dispersou.
A captura de todos os envolvidos, inclusive os adolescentes, durou diversos dias, mas todos foram presos e levados à diferentes penitenciárias.
Os denunciados no envolvimento dos crimes são: Rosivaldo Silva Nascimento, Maikon Douglas Gonçalves Roda, Ana Cláudia Costa Silva, Lucas Dos Santos Justiniano, Adrian Ray Rico Lemes Da Silva, Rosicléia Da Silva e Matheus da Silva Campos.