Juiz mantém prisão de líder de facção, mas solta esposa e mais 2
O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou a soltura de Cristiane Patrícia Rosa Prins e mais duas pessoas alvos da Operação Apito Final.
Também foram soltos Luiz Fernando da Silva Oliveira e Mayara Bruno Soares Trombim.
Na mesma decisão, publicada nesta quarta-feira (23), o magistrado manteve a prisão do marido de Cristiane, Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como “WT”, e principal alvo da operação.
Deflagrada em abril deste ano, a Apito Final apura um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas fomentado, especialmente, na região do Jardim Florianópolis, em Cuiabá.
Na decisão, o juiz destacou que Cristiane não possui condenação com trânsito em julgado, apesar de recentemente ter sido condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro, em um processo de 2018.
O magistrado entendeu que o benefício da liberdade também deveria ser estendido a Luiz Fernando e Mayara Trombim.
Apesar de soltos, os três deverão cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
Já com relação a W.T, o magistrado citou o alto cargo que ele ocupa na facção criminosa.
“Desta forma, para resguardar a ordem pública, a manutenção da prisão se faz necessária, pois ‘o suposto envolvimento do agente com organização criminosa revela sua periculosidade, o que justifica a prisão preventiva como forma de garantir a ordem pública’”, escreveu.
A operação
No total, a Apito Final cumpriu 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos.
A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou, no período de dois anos, que a organização movimentou R$ 65 milhões em bens móveis e imóveis adquiridos para lavar o dinheiro da facção.
Além dos imóveis e veículos de luxo, as transações incluíram a criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.
Análises financeiras realizadas pela Polícia Civil apontaram que os investigados, mesmo sem comprovação de renda lícita, adquiriram veículos como BMW X5, Volvo CX 60, Toyota Hilux, Amarok, Jeep Commander, uma Mitsubishi Eclipse e uma Pajero, além de diversos modelos Toyota Corolla.