MPE denuncia vereador e servidores por esquema com facção

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

 

A denúncia é oriunda da Operação Pubblicare, que apura um esquema de lavagem de dinheiro de uma facção criminosa através da compra de casas noturnas e realização de shows.

 

A ação foi deflagrada em setembro pela Ficco-MT (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), ocasião em que o vereador foi preso. Ele foi solto cinco dias depois por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

 

Além dele, também foram denunciados o ex-fiscal da Secretaria de Ordens Públicas da Capital, José Maria de Assunção, o ex-diretor de Regulação e Fiscalização da Prefeitura de Cuiabá, Rodrigo Anderson de Arruda Rosa, o motorista de Paulo Henrique, José Márcio Ambrósio Vieira, e Ronnei Antônio Souza da Silva.

 

José Maria e Rodrigo Anderson devem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

 

Já José Ambrósio José foi denunciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. E Ronnei Antônio Souza da Silva por corrupção ativa.

 

A denúncia, que está em sigilo, foi encaminhada ao Poder Judiciário, que irá analisar a abertura de uma ação penal contra os acusados. 

 

De acordo com a investigação, Paulo Henrique atuava como um dos líderes da “engrenagem criminosa”, exercendo influência sobre os fiscais da Prefeitura de Cuiabá para garantir que os eventos da facção pudessem acontecer sem intercorrência e até mesmo que os eventos concorrentes fossem afetados por fiscalizações.

 

Em contrapartida, conforme a investigação, o vereador recebia benefícios financeiros da organização criminosa.

 

A operação

 

A Pubblicare é um desmembramento da Operação Ragnatela, deflagrada em junho, quando a Ficco-MT desarticulou um grupo criminoso que teria adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800 mil.

 

A compra foi paga em espécie, com o lucro obtido com atividades ilícitas. A partir de então, os suspeitos passaram a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa e promoters.

 

Durante as investigações  foi identificado que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.

 

Foi identificado que o parlamentar atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos e recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

 

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