“Aqui não é o quintal de vocês, dispara Janaína contra empresas da Moratória da Soja

A deputada estadual Janaina Riva (MDB-MT) utilizou suas redes sociais para rebater as críticas feitas por Bernardo Pires, Diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), durante o Congresso Nacional de Crédito do Agronegócio (Conacred). Pires havia questionado a recente aprovação da legislação em Mato Grosso que veda a concessão de incentivos fiscais às empresas signatárias da moratória da soja e da carne, alegando que a medida prejudicaria a economia do estado.

Em sua fala, Pires afirmou que em estados como Mato Grosso e Rondônia, leis estão sendo aprovadas que dificultam a implementação de políticas de sustentabilidade. Ele destacou que as empresas que adotam a moratória da soja, por exemplo, perderiam os incentivos fiscais, o que, segundo ele, representaria um “tiro no pé” para o governador Mauro Mendes e a economia local. “É um verdadeiro tiro no pé que o governador cometeu”, declarou Pires.

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A deputada Janaina Riva, no entanto, contestou as declarações, afirmando que Pires estava “mentindo” ao afirmar que Mato Grosso é contra políticas de sustentabilidade. Riva lembrou que o estado preserva mais de 60% de sua área florestal e que o Código Florestal Brasileiro, um dos mais rigorosos do mundo, já impõe regras claras para o uso da terra. Para ela, a moratória da soja, que impede a compra de soja proveniente de áreas desmatadas após 2008, não é uma política ambiental efetiva, mas sim um pacto comercial que, segundo ela, é inconstitucional.

“Ele mente quando trata da moratória da soja como uma medida de combate ao desmatamento. Essa norma não impede o desmatamento legal conforme o Código Florestal, mas impede que as empresas signatárias da Abiove comprem soja legalmente produzida em áreas desmatadas após 2008. Isso é um pacto comercial, não uma política ambiental”, afirmou a parlamentar.

Janaina, que é uma das principais defensoras da legislação que proíbe a concessão de incentivos fiscais a empresas signatárias da moratória da soja e da carne, considerou a fala de Pires como um “ato de desespero”. Para ela, a pressão das grandes empresas e da União Europeia sobre Mato Grosso é uma tentativa de controle sobre o estado, que, segundo ela, agora busca defender seus interesses.

“Ele nos chama de extremistas e isso não é verdade. Nós somos defensores do estado de Mato Grosso, e sei que é desesperador para eles verem que perderam o controle de um estado e de uma floresta que tratavam como ‘quintal de casa’. Mas o estado de Mato Grosso é nosso. Vamos defender nosso povo e nossa agricultura”, declarou.

A deputada também enfatizou que Mato Grosso, apesar de ser um estado jovem, tem total direito de crescer de acordo com suas necessidades e realidade.

“Temos a capacidade técnica, moral e ética para criar leis que sejam melhores para nossa agricultura, que alimenta o mundo. E não vamos permitir que interesses externos, como os das multinacionais, se imponham ao nosso pequeno e médio produtor”, concluiu.



Estadão MT