Família de idoso fará apelo ao MPE para prosseguir com o caso

A advogada Gabriela Zaque vai se reunir com o Ministério Público Estadual (MPE) para fazer um apelo sobre o inquérito policial que investigou a morte do idoso João Antônio Pinto, de 87 anos, em Cuiabá.

Acreditamos que não vão aceitar essa decisão de arquivamento e vão prosseguir

 

O delegado Marlon Conceição Luz concluiu no documento que o policial civil Jeovanio Vidal Griebel, que matou o idoso, agiu em legítima defesa e pediu o arquivamento do caso.

 

O promotor Rinaldo Ribeiro de Almeida Segundo é responsável por analisar o inquérito encaminhado pelo delegado e decidir o rumo do caso.

 

O encontro entre a defesa da família e o promotor deve acontecer a partir de segunda-feira (18), quando ele retorna das férias.

 

“Vamos buscar o Ministério Público porque confiamos na instituição, sabemos que eles buscam a defesa da ordem pública e da sociedade. Acreditamos que não vão aceitar essa decisão de arquivamento e vão prosseguir. Vamos conversar com o promotor responsável a fim de explicar que o que aconteceu foi inaceitável”, afirmou a advogada.

 

Para Gabriela, a decisão do delegado foi parcial e injusta. “A Polícia só analisou o fato em si e não todo o contexto, e todo o contexto é errado, é inadmissível. Não acreditamos que essa decisão seja justa. Achamos que pode ter havido corporativismo, e não vamos nos calar. É revoltante”, afirmou.

 

Gabriela explica que a única medida que a defesa pode tomar, por ora, é essa conversa com o promotor do caso.

 

“Ele analisa e decide se realmente arquiva ou se discorda do delegado e manda prosseguir para virar uma ação penal. A gente vai lá para conversar e fazer esse apelo”. 

 

Caso o promotor decida prosseguir com o caso, a defesa pode se habilitar como assistente de acusação. “É uma forma prevista no Código de Processo Penal, em que a família da vítima pode acompanhar de perto toda a ação”, explica.

 

O caso

 

João Pinto foi morto com um tiro acima do peito em 23 de fevereiro, no hangar de sua propriedade, na região do Contorno Leste, no Bairro Jardim Imperial.

 

Griebel é acusado de ter agido a pedido de seu cunhado, Elmar Soares Inácio, com quem João Pinto teria se desentendido cerca de meia hora antes, por conta de uma invasão na propriedade do idoso.

 

Três viaturas descaracterizadas chegaram à propriedade do idoso cerca de meia hora depois de a vítima se desentender com o cunhado de Jeovanio. A equipe que foi até a propriedade de João Pinto é lotada na Delegacia de Estelionato.

 

Um dos laudos da Politec apontou que o atirador que matou o idoso estava a pelo menos 12 metros de distância da vítima e fora do hangar onde o corpo foi encontrado.

Conforme a perícia, o atirador efetuou ao menos um disparo de arma de fogo, e João Pinto foi ferido na altura do ombro direito.

 

A bala atravessou a vítima, e o orifício de saída foi encontrado na região escapular esquerda, o que indica que João estava de lado quando foi atingido, e não de frente.

 

Já a perícia realizada no aparelho DVR, que deveria conter as imagens da morte do pioneiro, revelou que não há registros do momento do crime, apenas de antes e depois de o idoso ser morto.

 

O perito identificou que a bateria que mantém as configurações do dispositivo salvas após o desligamento estava sem carga.

 

“Sendo assim, na ausência de alimentação (falta de energia ou desligamento do dispositivo), todas as informações de configurações do dispositivo são perdidas, inclusive data e hora”, diz trecho do documento ao qual o MidiaNews teve acesso.

 

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