Justiça bloqueia R$ 10 milhões de alvos da operação contra venda de sentenças
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 10 milhões das contas bancárias dos alvos da Operação Sisamnes. Ao todo, 15 pessoas foram alvos da operação deflagrada na manhã desta terça-feira, 26, pela Polícia Federal (PF), porém apenas quatro tiveram contas bloqueadas. Além das contas de pessoas físicas, o alvo Andreson de Oliveira, apontado como lobista do esquema de venda de sentenças, teve cinco contas de pessoa jurídica bloqueadas (veja lista abaixo).
“Determinar o bloqueio dos ativos financeiros no país, por meio dos sistemas BACENJUD, RENAJUD e CNIB, das pessoas físicas e jurídicas qualificadas na representação”, determinou.
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LISTA DE BLOQUEIOS
– Andreson de Oliveira Gonçalves (lobista) – R$ 6 milhões (incluindo conta pessoal e das empresas Florais Transportes EIRELI, Bioflex Agroindústria Energia Renovável LTDA., Florais Táxi Aéreo LTDA., Agropecuária 3 Amigos LTDA. e Coimbra Empreendimentos Imobiliários LTDA).
– Daimler Alberto de Campos – R$ 2 milhões (servidor do gabinete da Ministra Isabel Galotti).
– Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves – R$ 1 milhão (esposa de Andreson).
– Márcio José Toledo Pinto – R$ 500 mil (servidor do Superior Tribunal de Justiça).
O montante de cada um dos alvos foi determinado conforme a incidência no suposto crime, sendo de R$ 500 mil por cada participação. Desta forma, a investigação identificou que Andreson de Oliveira teve participação em 12 hipóteses de crimes; a esposa dele e advogada Mirian Ribeiro teria participação em duas; Daimler Alberto teria participado de quatro crimes; e Marcio José apenas de um.
Os citados foram alvos da operação após a morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. Perícia realizada no telefone do advogado assassinado descobriu conversas que indicavam esquemas de vendas de sentenças em diversos estados brasileiros, respingando até no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A OPERAÇÃO
A Operação Sisamnes foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira e apura um grande esquema de venda de sentenças judiciais. A investigação se tornou possível graças à perícia realizada no celular do advogado Roberto Zampieri.
Ele foi assassinado a tiros em dezembro do ano passado. O advogado estava dentro de seu carro, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, quando foi alvejado.
A quebra do sigilo telefônico revelou a existência de um grandioso esquema, no qual advogados obtinham decisões favoráveis junto a magistrados de diversas Cortes do país. A investigação já possibilitou o afastamento de dois desembargadores do TJMT, uma operação contra o Judiciário estadual de Mato Grosso do Sul (TJMS).
Servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também foram alvos da operação desta terça. A suspeita é que a venda de sentenças também tenha ocorrida na Corte Superior também.