Polícia: facção usa empresas para movimentar dinheiro de drogas

Onze contas bancárias de pessoas físicas e duas jurídicas foram bloqueadas, durante a operação Fair Play, deflagrada nesta quarta-feira (27). Foram cumpridos 19 mandados judiciais em Cuiabá e em Itapema (SC), onde uma facção criminosa adquiriu um apartamento avaliado em mais de R$ 1 milhão. 

Uma empresa é do ramo de mecânica e, inclusive, pertencente a um dos investigados que foi preso

 

A operação mira membros da facção envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro e é um desdobramento da Operação Apito Final, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) em abril deste ano.  

 

Segundo o delegado Rafael Scatolon, que está à frente do caso, as duas empresas ligadas à organização criminosa tiveram suas atividades econômicas suspensas. 

 

“Uma empresa é do ramo de mecânica e, inclusive, pertencente a um dos investigados que foi preso [na manhã desta quarta]”, disse. O empreendimento está localizado no bairro Alvorada, em Cuiabá.

 

“A outra é uma empresa fictícia, não tem estabelecimento físico. Eles realizam a abertura de conta bancária apenas para movimentar o dinheiro ilícito oriundo do tráfico de drogas”, explicou.

 

O montante bloqueado por meio da decisão judicial ainda não foi revelado. “Ainda não temos a informação do numerário bloqueado, dependemos da informação dos bancos após a decisão do Banco Central”, disse.

 

Asfixia financeira

 

“As investigações da GCCO têm por objetivo, a partir de 2023 e 2024, a asfixia financeira das organizações criminosas, especialmente da maior facção criminosa que age aqui no nosso Estado”, disse o delegado titular da GCCO, Gustavo Belão. 

 

“É o único meio capaz de frear a atividade criminosa dessas organizações, dessas facções, atingindo o cerne financeiro desses grupos que agem aqui no Estado”, completou. 

 

Operação

 

A operação Apito Final investigou o tesoureiro de uma facção criminosa, que também é o principal investigado na Fair Play, Paulo Witer Faria Paelo, mais conhecido como WT. 

 

“A gerência identificou a aquisição de um apartamento por Paulo Witer na cidade de Itapema, Santa Catarina”, explicou Scatolon. 

 

Ao todo foram expedidos 19 mandados judiciais, entre prisões, buscas e apreensões.

 

A investigação contou com a cooperação da Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Itapema, que identificou a localização do imóvel adquirido pelos criminosos.

 

Os mandados, decretados pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, são cumpridos na Capital mato-grossense e também na cidade de Itapema.

 

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