PM que salvou juiz ao atirar em bandido é elogiado pelo presidente do TJ
Olhar Direto
O soldado da Polícia Militar, Hellison da Silva Mota, foi elogiado nesta quarta-feira (03), pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos, por salvar a vida do juiz Carlos Eduardo de Moraes e Silva, durante audiência nas instalações do Fórum de Vila Rica, quando um homicida atirou no magistrado, que intervia em uma ameaça a um promotor.
A fala elogiosa ocorreu durante reunião com servidores do Fórum, quando o juiz, acompanhado do presidente do TJ, retornou ao local de trabalho onde sofreu o atentado a bala. Além de referendar a ação do policial, Ramos disse que encaminhará reconhecimento formal ao governador Pedro Taques.
O coronel Walter Silveira dos Santos, comandante do 10º Comando Regional de Polícia Militar, sediado em Vila Rica, acompanhou o ato ao lado do soldado Mota e de outras autoridades locais. Para o comandante regional, além do destemor a atitude do soldado mostrou o perfil de um policial qualificado, pronto para agir e interromper um ato de violência usando a força na proporção necessária.
Ele lembrou que o uso da força, nesse caso disparos de arma de fogo, ocorreu depois de exauridos outros meios na tentativa de cessar a agressão, como a verbalização para que o agressor entregasse a arma.
Segundo a assessoria de imprensa, há quatro anos servindo a sociedade mato-grossense como policial militar, Mota diz que escolheu essa carreira inspirado em seu líder religioso da adolescência, um pastor que também era policial militar.
Na época ele ainda morava no Estado do Pará, onde nasceu. Mota diz que tentou concurso em seu Estado, depois em Tocantins, mas foi em Mato Grosso que realizou seu grande sonho. Aprovado no concurso de 2014, frequentou a Escola Superior de Formação e Aperfeiçoamento de Praça(Esfap) em Cuiabá.
Depois de formado, recorda, escolheu servir em Vila Rica. Sobre a ocorrência em que o juiz acabou ferido a tiro e o agressor morto, Mota diz que agiu no estrito dever policial.
O caso
De acordo com informações preliminares, levantadas junto aos servidores da comarca, o juiz havia acabado uma audiência de custódia, quando um advogado adentrou à sala seguido pelo agressor. O homem sacou a arma escondida e ameaçou o promotor de justiça. O magistrado interveio na situação e após se aproximar dele entrou em luta corporal, em seguida houve o disparo. A polícia disparou contra o agressor, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
O juiz Carlos Eduardo foi encaminhado para o Pronto Socorro do município que fica próximo ao fórum. Depois de constatado o quadro clínico estável, o magistrado foi encaminhado ao hospital de Palmas/TO (à 480 km de distância) – o mais próximo de Vila Rica – para cirurgia de retirada do projétil.
Mota relatou que estava em seu posto de trabalho na recepção do fórum quando chegou um funcionário pedindo ajuda. Desesperado, o servidor dizia que havia um homem armado na sala do juiz, colocando a vida de pessoas em perigo.
Quando chegou ao local, o juiz estava em luta corporal com o agressor. O homem, posteriormente identificado por Domingos Barros de Sá, apontava o revólver para o peito do juiz, momento em que o soldado Mota pediu para que soltasse a arma, sem ser atendido. Relata ainda que mesmo depois de baleado o homem ainda esboçava reação movimentando a mão com a arma na direção do policial.