Ex-deputado de MT é condenado a 28 anos de prisão por desvios na Assembleia Legislativa

G1 MT

O juiz Marcos Faleiros, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou o ex-deputado estadual e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Humberto Bosaipo a 28 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos enquanto atuou na Assembleia Legislativa nos cargos de presidente e primeiro-secretário.

O G1 tentou, mas não conseguiu contato com a defesa do ex-deputado até a publicação desta reportagem.

A decisão é dessa segunda-feira (22) e atendeu a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE).

Os crimes cometidos pelo ex-deputado foram investigados na Operação Arca de Noé, da Polícia Federal, deflagrada em 2003.

Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2000 e 2002 e resultaram em um desvio de cerca de R$ 1,5 milhão.

Embora a condenação seja em regime fechado, o ex-conselheiro permanecerá em liberdade até que o caso seja julgado em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Em novembro do ano passado, Bosaipo já havia sido condenado a 18 anos e 4 meses de prisão por desvios de dinheiro na Assembleia Legislativa.

Bosaipo foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato. Os crimes ocorreram entre 2000 e 2002, época em Bosaipo ocupava o cargo de 1º secretário e fazia parte da Mesa Diretora da ALMT.

A apuração dos crimes culminou na deflagração da operação Arca de Noé. A operação tinha como principal alvo o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, mas que também investigava um grupo criminoso que atuava na ALMT.

Durante a investigação, foram localizados cheques oriundos da ALMT em posse de uma factoring pertencente ao ex-bicheiro. Constatou-se que o órgão efetuou 32 pagamentos a uma empresa entre julho de 2000 e novembro de 2002.

A empresa, segundo as investigações, era fraudulentamente usada apenas para possibilitar desvios de dinheiro da ALMT em favor de políticos e servidores do órgão. O valor do prejuízo, de acordo com a sentença, é de R$ 5 milhões.