Nômade porn: eles gravam conteúdo adulto enquanto viajam

Sexo na estrada, na praia, na cachoeira? A ex-funcionária pública Aline, 35, e o engenheiro Nino, 38, tinham um sonho: viver viajando.

 

Naturais de Rezende (RJ), tiveram a ideia de comprar um motorhome, mas faltava dinheiro para bancar a vida nômade. Foi então que decidiram criar conteúdos adultos. Em um ano, faturaram meio milhão de reais.

 

“Tínhamos carreiras muito tradicionais. Trabalhei mais de 10 anos na Volkswagen e a Aline era da área de finanças”, contou Nino com exclusividade para Universa.

 

“Sempre gostamos de viajar. Eu dividia as minhas férias para termos a oportunidade de fazer várias viagens curtas durante o ano”, diz Aline.

 

Antes de começar na Privacy, o casal já tinha um Instagram sobre viagens e dicas e um público consolidado (o perfil @ninoealineporai hoje tem quase 100 mil seguidores). Contudo, o lucro não era suficiente para comprar e bancar a vida em um motorhome.

 

Fazer conteúdo adulto nos deu a liberdade financeira de trabalhar da estrada. Tínhamos uma meta de valores e logo no primeiro mês lucramos 10 vezes mais do que o esperado, diz Nino.

 

Deu certo na plataforma, mas houve consequências na vida real. No dia seguinte a criação do perfil, a cidade toda já sabia e o casal passou a ser tachado.

 

Aline sofreu represálias em seu trabalho. Cochichos, amigos que sumiram e até gritos trancada em uma sala, ela teve que escutar antes que tivesse a segurança financeira para pedir demissão. Hoje, contudo, amigos e família respeitam e entendem a decisão.

 

Orgasmos ao ar livre

 

Em um mercado tão concorrido, Nino e Aline tomaram a decisão de fazer conteúdos explícitos, mostrando seus rostos. “Se fossemos com muita cautela seríamos só mais um casal. Não somos modelos. Acho que foi uma decisão acertada”, diz Aline.

 

Amantes da natureza, eles estão sempre atrás de destinos com calor, praia, trilhas e cachoeiras – o que também são cenários paradisíacos para a gravação dos vídeos adultos.

 

“Não nos planejamos muito. Começamos uma viagem e traçamos uma direção, mas não sabemos, por exemplo, qual a próxima cidade que vamos visitar”, explica Aline. E é dessa forma que surgem também as locações para os vídeos.

 

Com quase 10 mil assinantes no perfil adulto (com uma mensalidade de R$ 49,90), eles gostam de manter a curiosidade de seus seguidores aguçada sobre onde vão gravar os conteúdos com sexo. As publicações são feitas em dias alternados e atualmente o casal tem 219 vídeos e 88 fotos na plataforma.

 

“Muita gente vê os lugares por onde passamos, que publicamos no Instagram, e se questiona se rolou algo ali ou não. Tentamos ir a locais diferentes e em alguns deles dá para gravar, porque é vazio. Fazemos tudo com respeito”, diz Aline.

 

Para garantir que não serão flagrados no ato, o casal toma alguns cuidados.

 

Eles chegam a subir o drone e checam as imagens a distância para garantir a privacidade.

 

A reportagem assistiu um pequeno trailer, de 20 segundos, dos conteúdos produzidos pelo casal. É tudo bem explícito. Além de transas dentro do motorhome, eles também já inovaram nas posições na praia e na areia. No perfil oficial ainda há um aviso de que, de vez em quando, eles têm companhia na cama (ou ao ar livre).

 

“Não somos atores pornôs, tudo é muito natural. Acho que é o nosso diferencial em um mundo de conteúdos bem planejados e com muitos ângulos. Acredito que geramos afinidade”, explica Aline.

 

A plataforma não disponibiliza dados demográficos para os produtores de conteúdos, mas baseado em pesquisas com seu público, o casal acredita que quem assina para assisti-los não são jovens, e sim, pessoas adultas de cidades pequenas. E que acessam o conteúdo no período da tarde.

 

“Temos o melhor dos mundos. Ganhamos dinheiro com a Privacy, vivemos no motorhome e somos respeitados pelo público. Quem manda mensagem em nosso Instagram, onde mostramos uma vida normal, com quase nenhuma referência ao conteúdo adulto, é sempre com tom de elogio e educação. Eles entendem que são dois mundos diferentes”, diz Nino.

 

Entre os locais preferidos de gravar, estão os estados de Goiás e Ceará.

 

Nino ainda tem um objetivo: gravar algo enquanto eles estão presos nas cordas do rapel. “Acho que não vou conseguir fazer nada, porque vai ser muita adrenalina”, ele diz. Já Aline garante que pelo menos umas preliminares dá para ter.

 

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2024/12/26/nomade-porn-eles-gravam-conteudo-adulto-enquanto-viajam-pelo-brasil.htm



Mídia News