Sema suspende visitação ao Morro de Santo Antônio por 4 meses
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente proibiu temporariamente a visitação no Morro de Santo Antônio, no município de Santo Antônio do Leverger. A decisão foi publicada em decreto no Diário Oficial de quarta-feira (8).
Considerando os riscos à segurança dos visitantes durante a execução dos serviços e obras de infraestrutura para o ordenamento das trilhas e uso público na Unidade de Conservação
Conforme a resolução, inicialmente a suspensão será de quatro meses, podendo ser prorrogada. A determinação, ainda segundo a Sema, é devido às “obras e serviços de ordenamento do uso e infraestrutura das trilhas”.
“Considerando os riscos à segurança dos visitantes durante a execução dos serviços e obras de infraestrutura para o ordenamento das trilhas e uso público na Unidade de Conservação”, consta no decreto.
No final de 2024, a MTPar (Mato Grosso Participações) deu início à limpeza da trilha paralela, porém a obra, conforme o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, foi executada de forma errada.
Tal fato fez com que a trilha tivesse uma largura maior do que a planejada, de cerca de 10 metros, e abriu uma cicatriz na vegetação do morro, que é uma unidade de conservação estadual permanente, e tombado como patrimônio paisagístico, histórico e cultural.
O projeto, conforme o Governo do Estado, era criar esse novo caminho, que seria coberto com pedras, teria decks contemplativos, áreas de descanso, praças e um monumento alusivo à Guerra do Paraguai no topo do morro.
Além disso, no projeto também estava prevista a construção de um estacionamento, guarita, lanchonete e praça no pé do morro. A licença ambiental para execução dos serviços de topografia e limpeza foi obtida junto à Sema.
Vistoria do MPE
Ainda em dezembro, o MPE (Ministério Público Estadual) e o Governo do Estado se reuniram, e a promotora de Meio Ambiente, Ana Luiza Avila Peterlini de Souza, deu 90 dias para a apresentação de um plano de manejo da unidade de conservação.
Na época, Ana Luiza questionou se a obra teria passado pelo crivo do órgão gestor da unidade de conservação, e criticou o fato de a nova trilha ter sido construída sem a conclusão do plano de manejo. Diante disso, o Governo afirmou que iria refazer o projeto.
Já na manhã da última sexta-feira (3), Ana Luiza, acompanhada do analista engenheiro florestal José Guilherme Roquette e do professor Auberto José Barros Siqueira, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), realizaram uma vistoria no monumento.
A fiscalização, conforme o MPE, era para verificar se as medidas acordadas em audiência extrajudicial realizada em 2024 estavam sendo adotadas. Entretanto, foi constatado que a nova trilha já havia causado intensa degradação ambiental e “inúmeros processos erosivos”.
Acidente na subida
No último domingo (5), uma mulher de 46 anos, que realizava a subida do morro, sofreu uma queda e precisou ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros. Ela teria tido escoriações pelos braços e possivelmente fraturado o nariz.