“Crime organizado domina o interior das cadeias”, diz corregedor

O corregedor-geral da Secretaria de Justiça, Thiago Garcia Damasceno, afirmou ser necessário ações para que as unidades prisionais deixem de ser “gabinetes do crime”.

 

Não temos como negar que crimes cometidos fora do sistema prisional, das áreas dos presídios, foram comandados por detentos. Todos sabem disso

A declaração ocorreu após ele reunir-se com o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça (TJ-MT), e diversos deputados estaduais, nesta semana, para discutir um projeto de lei do Poder Executivo que visa aperfeiçoar a segurança nos presídios.

 

O texto foi aprovado no mesmo dia em segunda votação e prevê a proibição de atividades comerciais nos presídios, a entrada de celulares e enrijece procedimentos de segurança.

 

“O crime organizado domina e está, infelizmente, dominando o interior das cadeias. O próprio Estado não consegue exercer esse controle e uma série de medidas serão adotadas para que façamos o controle adequado”, disse.

 

“Não temos como negar que crimes cometidos fora do sistema prisional, das áreas dos presídios, foram comandados por detentos. Todos sabem disso. Precisamos cessar que as unidades prisionais sejam gabinetes do crime”, acrescentou.

 

Thiago apontou que os mercados das unidades prisionais estão entre as principais suspeitas de irregularidades na segurança, pois não há um acompanhamento adequado sobre como a renda deles é administrada.

 

O corregedor, por fim, apontou que a Secretaria de Justiça não cederá a eventuais rebeliões de presidiários descontentes com as medidas implementadas.

 

“Também há a questão do mercado, temos um questionamento a respeito da viabilidade ou não da existência. Qual é a prestação de conta que esses mercados estão dando? Para onde esse lucro está sendo aplicado? Temos indícios sérios que parte desse dinheiro sustenta o crime organizado, então achamos ‘por bem’ eliminar os mercados das unidades prisionais”, considerou.

 

“Temos um sistema de inteligência, contamos com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Secretaria de Justiça, é uma força-tarefa. Estamos preparados para qualquer reação, não podemos ceder, deixar de fazer o que é certo com medo da reação de criminosos”, completou.

 

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