Psicólogo relata que foi agredido em casa noturna e vê homofobia

O psicólogo Douglas Amorin publicou nas redes sociais uma denúncia de agressão motivada pelo crime de homofobia, que sofreu na madrugada de segunda-feira (13), no banheiro de uma casa noturna em Cuiabá.

Eu fiquei desmaiado por algum tempo. Então não tenho memória até o momento em que cheguei na frente da boate

  

O vídeo foi publicado no início da tarde desta terça-feira (14). Na gravação, Douglas narra o episódio que vivenciou no banheiro da boate Nuun Garden. Nas imagens ele aparece com hematomas gerados pela agressão. 

 

De acordo com Douglas, ele estava em um camarote acompanhado do marido e do sobrinho, quando, ao longo da noite, percebeu olhares e empurrões direcionados a eles.

 

Logo em seguida, conta que foi ao banheiro e novamente foi encarado pelo agressor. Em determinado momento, questionou o homem sobre a situação.

 

“Como já tínhamos percebido que ele estava olhando pra mim, pra nós, e até tinha esbarrado no Eloísio [marido da vítima] sem parar de olhar de forma incomodativa, eu falei: ‘Você tá louco, olhando o quê?’ E aí eu disse: ‘Vai se foder, homofóbico do c*’. E saí do banheiro.”

 

De acordo com o relato do psicólogo, após sair do banheiro, ele passou a ser seguido pelo homem durante o restante da noite, até o momento em que foi agredido e acabou desmaiando.

 

O profissional registrou um boletim de ocorrência. No documento, consta que Douglas foi surpreendido no banheiro pelo agressor, que o segurou com as duas mãos enquanto ele utilizava o mictório. 

 

Após ser agredido, Douglas desmaiou no chão do banheiro. Como justificativa para o ato, o agressor teria afirmado a alguns amigos que o psicólogo teria passado a mão nele em determinado momento da noite. 

 

Pessoas que presenciaram a agressão ouviram o autor afirmar: “Vou ensinar esse veado a respeitar homem”

 

Apesar dos relatos de testemunhas, o psicólogo afirma não se lembrar do que aconteceu após o momento em que foi segurado e agredido no banheiro. 

 

“Eu fiquei desmaiado por algum tempo. Então não tenho memória até o momento em que cheguei na frente da boate para esperar o carro do nosso amigo me levar para receber socorro”, diz ele no vídeo.

 

Ainda na gravação, o psicólogo questiona a segurança da boate, que não reagiu diante das agressões.

“Os seguranças foram até o banheiro nesse momento, mas só ficaram olhando. Não me ajudaram a levantar, não prestaram socorro, não chamaram a ambulância, não chamaram a Polícia, não impediram o criminoso de ir até o caixa, pagar e sair da boate”, declara.

 

O psicólogo também afirma que a boate não colaborou com as investigações para identificar o agressor e que a única ajuda que recebeu até o momento foi através de um perfil nas redes sociais, que enviou fotos do homem.

 

“A boate simplesmente não tomou nenhuma atitude e, após o acontecimento, não está colaborando. Está se recusando, em nome da gerente do estabelecimento, a informar quem é o criminoso e a ceder espontaneamente as imagens dele. Até o momento, não sei quem é essa pessoa. O que eu sei é que ela estava lá”, finalizou.

 

Após as agressões, a vítima foi até uma unidade de saúde. 

 

O caso está sob investigação.

 

Veja o relato 

 



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