Acusada de receber mais de R$ 2 milhões, ex de Nadaf vai devolver R$ 100 mil para se livrar de ação

Apontada por receber R$ 2,1 milhões entre 2010 e 2015, frutos de um suposto esquema de pagamento de propina, Narjara Barros firmou acordo de não persecução penal (ANPP) com o Ministério Público do Estado (MP-MT) para não ser processada pelo suposto crime. Ela é ex-esposa do ex-secretário-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf e teria recebido os valores em sua conta bancária a pedido dele. O acordo foi firmado no último dia 10 de janeiro e será homologado pela justiça no próximo dia 12 de março.

O ANPP foi firmado por meio da promotora Daniela Berigo Büttner Castor, da 29ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá. O caso está nas mãos da juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

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O acordo prevê a devolução de R$ 100 mil, que ainda poderá ser feito em até 36x. O valor representa apenas 4,64% do que foi supostamente recebido por Narjara em suas contas, sem considerar a atualização monetária.

Utilizando a Calculadora do Cidadão, do Banco Central do Brasil, a reportagem fez uma simulação do quanto valeria os R$ 2.154.277 recebidos na conta de Narjara. Porém, como o processo não detalha os valores recebidos em cada período, a reportagem considerou o montante com data em dezembro de 2015. Confira abaixo.

• Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): R$ 3.416.500,42
• Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E): R$ 3.449.131,90
• Índice Geral dos Preços de Mercado (IGP-M): R$ 4.201.410,39

Em outras fases do processo, o Ministério Público aponta que os valores recebidos por Narjara superam em seis vezes o montante ao qual deveria receber no mesmo período, calculado pelo órgão como R$ 335,8 mil.

Sobre o crime de lavagem de dinheiro, o MP narra que o primeiro ato suspeito se deu no segundo semestre de 2015, quando Narjara ingressou como sócia de um salão de beleza com investimento na ordem de R$ 50 mil, porém, sem que o quadro societário da empresa fosse modificado.

Outro momento é a compra de um imóvel no condomínio de luxo Alphaville, vendido pelo valor de R$ 1,5 milhão, mas que no ato da transferência, foi autorizado pelo comprador a ser feito no nome de Narjara. Além disso, segundo o Ministério Público, o imóvel foi declarado como comercializado pelo valor de R$ 1 milhão.



Estadão MT