Chikungunya tem aumento de 3.881% em relação a 2024; números

O Comitê de Contenção às Arboviroses, composto por representantes de diversos setores da Vigilância Sanitária, reuniu-se na quinta (31), no auditório da unidade, com a secretária municipal de Saúde de Cuiabá, Lúcia Helena Barboza Sampaio, para discutir as estratégias e ações articuladas para o enfrentamento ao avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como Dengue e Chikungunya.

 

Os dados epidemiológicos demonstram um crescimento expressivo no número de casos notificados dessas doenças em 2025.

 

Nas quatro primeiras semanas epidemiológicas do ano, a Dengue registrou uma média de 168 casos notificados por semana, contra 34 no mesmo período de 2024, representando um aumento de 399%. De 1º a 29 de janeiro, já foram registrados 673 casos notificados, sendo 542 confirmados.

 

Já os casos de Chikungunya tiveram um crescimento ainda mais expressivo. Em 2025, a média semanal de notificações é de 209, enquanto em 2024 era de apenas 5 casos, um aumento alarmante de 3.881%. De 1º a 29 de janeiro, já foram registrados 836 casos notificados, sendo 770 confirmados.

 

A secretária de Saúde explica que os números ainda podem crescer, uma vez que algumas notificações tardias ainda não foram inseridas no sistema. Isso reforça a necessidade de intensificação das ações de prevenção e controle do vetor, evitando a propagação das doenças e a sobrecarga dos serviços de saúde.

 

Uma das ações do comitê é reforçar a necessidade de manutenção das medidas preventivas, principalmente durante o período chuvoso, quando a proliferação do mosquito se intensifica.

 

A participação da comunidade é essencial para a eliminação de criadouros do Aedes aegypti, como recipientes com água parada, pneus velhos, caixas d’água destampadas e lixo acumulado.

 

O Comitê de Arboviroses atuará na formulação e execução de estratégias que visam reduzir os índices de infecção, promovendo a segurança sanitária e protegendo a população cuiabana dessas doenças. Dentre as ações de enfrentamento às arboviroses, destacam-se:

 

  1. – Minimizar a propagação das arboviroses, articulando ações entre os setores públicos, sociedade civil e a comunidade;
  2. – Orientar os diversos atores e setores envolvidos com a saúde em Cuiabá sobre as ações necessárias frente à detecção de casos de arboviroses, em todos os níveis de complexidade;
  3. – Orientar gestores e profissionais de saúde na organização da rede de atenção para a detecção e o atendimento oportuno dos casos de arboviroses;
  4. Sistematizar as ações, procedimentos e articulações intersetoriais nas esferas de governo, visando monitorar e intervir com uma resposta rápida e eficiente;
  5. – Estabelecer fluxos, protocolos de saúde e procedimentos para a implementação do enfrentamento à Dengue, Chikungunya, Zika, Febre Amarela e Febre do Oropouche.

Com a união de esforços entre autoridades e população, a expectativa é de que os números possam ser controlados e que os impactos dessas doenças sejam minimizados.

 

Um mutirão de fiscalização, envolvendo agentes de endemias, agentes de saúde e outros profissionais, até mesmo de outras secretarias, está previsto para ser realizado no dia 8.

 

“Uma grande ação que vamos realizar visando chamar a atenção da população para a dimensão do problema que estamos enfrentando. Além de cuidar do seu próprio quintal, cada munícipe tem a obrigação de denunciar caso tenha conhecimento de possíveis criadouros, terrenos baldios e quintais sem a limpeza adequada. Criamos um canal para que esse meio ganhe mais eficiência”, garantiu a secretária de Saúde.

 

O aumento expressivo dos casos de arboviroses em Cuiabá pode estar relacionado a vários fatores, entre eles o período intenso de chuvas, que cria mais criadouros para o Aedes aegypti, já que a água parada favorece a reprodução do mosquito.

 

As temperaturas elevadas também contribuem, pois o calor acelera o ciclo de vida do mosquito, aumentando sua população e, consequentemente, a transmissão das doenças.

 

Outro fator é a dificuldade na fiscalização, enfrentada pelos agentes, que muitas vezes não conseguem entrar em residências fechadas ou até mesmo abandonadas.

 

O descarte irregular de lixo também é um problema, pois o acúmulo de resíduos como pneus, garrafas e recipientes plásticos facilita a reprodução do mosquito.

 

Além disso, a falta de conscientização da população agrava a situação.

 

“Se a comunidade não participar ativamente da eliminação de criadouros, o ciclo de transmissão vai continuar”, frisa Ane Elise Gonçalves Pajanoti, que faz parte da equipe técnica do Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (CIEVS).



Mídia News