Plano de Bolsonaro para deixar de ser inelegível racha a direita

A quem pergunta a um familiar ou aliado próximo de Bolsonaro quem será seu escolhido para disputar a presidência em 2026 contra o PT, ouve que: “Bolsonaro é o plano A de Bolsonaro.”

Como se sabe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível até 2030. Como também se sabe, após revelação do blog ontem, Bolsonaro investe e aposta em uma saída política que garanta a reversão de sua inelegibilidade.

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Na agenda de Bolsonaro, o calendário funciona assim: ele pretende registrar sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2026, e segundo aliados disseram ao blog, ele vai esperar a decisão da corte até o fim — o que acaba arrastando e interditando o debate de sucessor na direita.

O motivo: o plano de Bolsonaro é ser o candidato até onde der, pressionar e esperar as decisões judiciais- o que pode acontecer depois de abril de 2026, prazo máximo para um dos possíveis sucessores, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixar o cargo se quiser disputar a presidência.

Só quando desistir, aí sim, escolherá um sucessor, que pode vir da sua família.

Esse cenário é comemorado por aliados de Lula. A avaliação é de que Bolsonaro interdita o debate e racha a direita do ponto de vista eleitoral, atrasando a escolha e a construção de um candidato capaz de fazer frente a Lula junto à população.

Ajuda internacional

Outra fixação da família Bolsonaro é a aposta de ajuda internacional ao ex-presidente, principalmente em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk.

O núcleo mais próximo do ex-presidente acredita numa interferência dos integrantes da Casa Branca do ponto de vista político, no Brasil.

Calendário do STF

No Supremo Tribunal Federal (STF), como o blog revelou, a ideia é julgar Bolsonaro até o fim de 2025. Para isso, ministros da corte contam com uma denuncia fatiada da Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a atuação de juízes auxiliares para agilizar oitivas, assim como foi no caso do mensalão.

Entre integrantes da corte ouvidos pelo blog, não há dúvidas sobre a atuação de Bolsonaro no golpe — mas em relação a personagens menores, sim. Principalmente civis.

Mas a respeito de Bolsonaro, a avaliação é de que não haveria como um roteiro do golpe estar em andamento sem um comando geral, vindo do chefe do Executivo.

Na reta final das análises dos investigadores, são esperadas novas informações do núcleo do general Braga Netto, preso em dezembro, e do seu assessor, coronel Peregrino, tido como “Mauro Cid de Braga Netto.”



Estadão MT