Justiça absolve Ledur em ação sobre suposta tortura contra aluno

O Conselho de Justiça Militar absolveu, por maioria, a capitã do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur da acusação de tortura contra o ex-aluno Maurício Junior dos Santos. O julgamento ocorreu nesta sexta-feira (7), no Fórum de Cuiabá.

 

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, o juiz Moacir Rogério Tortato, que presidiu o julgamento, votou pela desclassificação do crime para maus tratos

 

Os juízes militares, que compõem o Conselho, por sua vez, votaram pela absolvição da capitã. 

 

Eles acolheram tese da defesa de Ledur de que não há sequer provas do crime de maus-tratos. 

 

A defesa sustentou, ainda, que Maurício teria fraudado o edital do curso de formação ao omitir que é portador de hipertensão crônica.

 

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o caso ocorreu em 2016, durante um treinamento aquático na Lagoa Trevisan, que tinha como instrutora responsável a então tenente Ledur.  

 

Ele se tornou capitã recentemente em ato assinado pelo governador Mauro Mendes (União).

 

Nas alegações finais do processo, o próprio MPE requereu a desclassificação do crime de tortura para maus-tratos.

 

Isso porque, segundo o órgão, “muito embora seja inegável” que Maurício  foi exposto a “perigo de vida” pela conduta de Ledur, as provas produzidas não indicam “com a segurança e certeza necessária” que as agressões tenham causado sofrimento físico ou mental ao ex-aluno, como forma de aplicar de castigo pessoal.

 

Caso Rodrigo Claro

 

Esta é a segunda vez que Ledur foi julgada por supostos abusos em treinamentos no Corpo de Bombeiros. 

 

Em 2016, ela foi denunciada pelo crime de tortura contra o aluno Rodrigo Claro, que morreu após um treinamento aquático sob sua supervisão, na Lagoa Trevisan, naquele ano.

 

Em setembro de 2020, cinco anos após os fatos, a Justiça Militar, por maioria, desclassificou o crime de tortura para maus-tratos e a condenou a um ano de prisão. A pena, no entanto,  foi extinta por causa da prescrição.

  

Maurício dos Santos, inclusive, testemunhou contra a tenente sobre a morte de Rodrigo Claro.

 



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