Animador de acampamento em MT é condenado a 14 anos de prisão

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o professor de dança e ex-candidato a vereador por Cáceres, José de Arimateia Gomes dos Santos, a 14 anos de prisão, em regime inicial fechado, por participação nos ataques de 8 de janeiro, em Brasília.

 

José de Arimateia Gomes dos Santos integrava grupo que buscava, em claro atentado à Democracia e ao Estado de Direito, a realização de um golpe de Estado

Ele também foi condenado ao pagamento de R$ 30 milhões a título de danos morais coletivos. O valor deverá ser quitado em conjunto com os demais condenados pelos ataques.

 

Os ministros seguiram por unanimidade o voto do relator, Alexandre de Moraes.

 

Preso desde 10 de novembro de 2023, Arimateia era animador do acampamento em frente ao Batalhão do Exército Brasileiro em Cáceres e ocupava uma posição de liderança no movimento, segundo as investigações da Polícia Federal. 

 

Posteriormente, ele se dirigiu à Brasília com o propósito de integrar o movimento que culminou nos atos antidemocráticos, conforme a PF. 

 

Arimateia foi identificado em um vídeo gravado por ele mesmo durante os ataques e divulgado nas redes sociais.

 

Nas imagens, ele descreve a Praça dos Três Poderes como um “campo de guerra” e afirmava: “Polícia atirando bomba pra tudo que é lugar, chegamos quase agorinha há pouco. O pessoal tá indo, tá voltando, porque aqui não tem outra resistência maior. É nossa pele contra eles lá; estamos registrando aqui porque eles cortam a internet, aí a gente coloca pra você. Ah lá, vem mais bala [sic]”.

 

No interrogatório judicial, o professor de dança confirmou que gravou o vídeo e postou na rede social Twitter, alegando que foi “para protestar em favor da democracia e da liberdade de expressão”.

 

Para Moraes, no entanto, “o réu reconheceu que veio para participar da manifestação, tendo, no dia 08/01/2023, se juntado à horda que invadiu a Praça dos Três Poderes e os prédios públicos lá situados, em contexto de violência, a indicar que se aliava e aderia plenamente ao intento criminoso direcionado a uma ruptura institucional”.

 

“Está comprovado, portanto, pelo teor do seu interrogatório policial e judicial, e pelas provas juntadas aos autos, que José de Arimateia Gomes dos Santos integrava grupo que buscava, em claro atentado à Democracia e ao Estado de Direito, a realização de um golpe de Estado”, pontuou o ministro. 



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