Barra do Garças se prepara para explorar o etnoturismo em comunidades Xavante – VEJA

Uma equipe da Prefeitura de Barra foi até Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, conhecer aldeias, atrativos naturais e atividades culturais

Secom-BG

A exploração do etnoturismo no oeste de Mato Grosso atraiu a atenção da Prefeitura de Barra do Garças, que promoveu, na última semana, uma visita técnica a Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra. Presidida pelas Secretarias Municipais de Turismo e de Comunicação Social, a equipe da Prefeitura conheceu aldeias abertas a visitação turística, cachoeiras e atividades culturais na região.

O objetivo da visita foi ver de perto o funcionamento do etnoturismo, uma modalidade turística que envolve a exploração sustentável e respeitosa de tradições indígenas e de atrativos naturais. A ideia desse tipo de atividade é mostrar o valor dos povos originários, abrir cachoeiras e outros atrativos à visitação sustentável e fazer da cultura e do turismo uma fonte de renda e desenvolvimento para as comunidades e para toda a região.

A visita técnica iniciou no dia 10, com a primeira parada em Campo Novo do Parecis, município a 400 km de Cuiabá, que possui uma população de mais de 50 mil habitantes. A equipe, formada por secretários, servidores e pelo representante indígena Xisto Xavante, visitou a Aldeia Wazare, do povo Paresí. Primeira aldeia em Mato Grosso autorizada pela Funai para o etnoturismo, o local é muito conhecido pela cachoeira Salto Belo, um dos pontos turísticos mais icônicos da região.

Também em Campo Novo, foram visitadas as aldeias Utiariti e 4 Cachoeiras, ambas com atrativos naturais abertos à exploração turística. Na Aldeia 4 Cachoeiras, o visitante também pode conhecer e adquirir peças do artesanato Paresí.

“Aqui em Campo Novo, o etnoturismo é uma atividade muito importante para o município, com impacto econômico relevante e benefícios diretos para as comunidades indígenas. A visita despertou em nós muita inspiração para elaborar um trabalho semelhante em Barra do Garças, aproveitar a riqueza cultural do povo Xavante, as belezas naturais da região e fazer desses elementos o combustível que vai transformar as aldeias e a vida dos indígenas”, destacou o secretário de Comunicação de Barra do Garças, Sérgio Santana.

O secretário agradeceu a colaboração da Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Novo do Parecis pela “receptividade e por todo o apoio prestado durante a visita”.

A parada seguinte foi em Tangará da Serra, a 241 km de Cuiabá, com mais de 112 mil habitantes. Na cidade, a equipe de Barra do Garças conheceu a Aldeia Rio Formoso e a Aldeia Santa Vitalina, que trabalham com etnoturismo a partir dos atrativos naturais presentes no território indígena.

“Nós viemos ver de perto esse trabalho, porque é uma intenção da gestão abrir as portas das aldeias para que todos conheçam a tradicionalidade do povo Xavante, além das belezas escondidas no seu território. O que vimos em Tangará da Serra e em Campo Novo do Parecis é que a atividade funciona bem para todos os lados. A comunidade indígena interage muito bem com a rotina do turismo, vê na atividade uma nova fonte de renda e ainda tem a sua cultura e costumes reconhecidos e valorizados. Paralelo a isso, o município apresenta um novo produto turístico, que atrai mais pessoas e mais desenvolvimento”, explicou o secretário de Turismo de Barra do Garças, Wendell Lopes.

Ele também destacou que o próximo passo é fazer um plano de manejo dentro de áreas que, inicialmente, vão ser contempladas com a atividade de etnoturismo. A Prefeitura pretende buscar parceria com a Funai e com o Sebrae, para desenvolver um trabalho conjunto, que permita a exploração sustentável da atividade.