Ex-mulher é condenada a 24 anos e executor a 14 anos por assassinato de italiano em Barra do Garças
Araguaia Notícia
Depois 24 horas de julgamento de Júri Popular em Barra do Garças terminou por volta das 19 horas de sexta-feira (1º) o julgamento de Tatiane Lourenço e Wytalo Yan apontados como mandante e executor da morte do empresário italiano, Alessandro Carrega Dal Pozzo, 63 anos, que era pecuarista no Mato Grosso, e foi assassinado com três tiros em agosto de 2016.
O corpo foi encontrado dias depois do crime cuja suspeita recaiu sobre Tatiane, ex-esposa do italiano e Wytalo Yan como executor. Mesmo negando o crime, ambos foram a Juri Popular após vários adiamentos. Tatiane foi condenada a 24 anos de prisão como mandante e Wytalo a 14 anos e sete meses como executor. Segundo informações, eles entraram e saíram do julgamento negando o crime. E certamente devem recorrer da sentença anunciada pelo juiz Douglas Romão. Os advogados de defesa dos acusados devem recorrer.
A denúncia contra os réus foi apresentada pelos promotores Luciana Rocha de Abrão David e Hudson Luís Franco Mendes e os assistentes de acusação Rafael Rabaioli e Roldrigo Queiroz.
O julgamento começou por volta das 8 horas da manhã de quinta-feira (31/1) e se prolongou até por volta das 21 horas de quinta-feira quando foi suspenso com os réus e jurados sendo encaminhados para alojamentos da Polícia Militar e Fórum para aguardarem a continuidade do julgamento no dia seguinte.
O Juri Popular foi retomado por volta das 8 horas da manhã de sexta-feira (1/2) e se encerrou com anuncio da sentença às 19 horas. A maioria dos jurados decidiram pela condenação de Tatiane e Wytalo.
O crime aconteceu na casa do italiano e somente foi descoberto dias depois por causa do mau cheiro que os vizinhos perceberam. As investigações para chegar a autoria do crime somente começaram em outubro depois de muita pressão da família e até mesmo participação do consulado italiano que pediram empenho do Governo do Mato Grosso para elucidação do crime.
As investigações da 1ª DP de Barra do Garças, na época com os delegados Adriano Alencar e Renato Resende, chegaram a conclusão de Tatiane estaria envolvida no crime juntamente com o namorado dela, o agente penitenciário Célio Mariano. Ambos estão presos, mas negam o crime a todo instante. No caso do Célio, ele pediu por intermédio de sua defesa, o desmembramento do processo e será julgado numa outra oportunidade. Tanto Célio como Tatiane estão presos por causa desta acusação.
Na época das investigações eles negaram o homicídio e foram postos em liberdade após a temporária de trinta dias. As investigações continuaram atendendo um pedido do consulado italiano no Brasil que inclusive disponibilizou um policial italiano para auxiliar na elucidação do homicídio e a um pedido também do Ministério Público. A novidade foi então a prisão de Wytalo Yan apontado como autor dos disparos que ceifaram a vida do pecuarista.
O motivo do crime, segundo a Polícia Civil, teria sido uma disputa pelo patrimônio do italiano avaliado em torno de R$ 10 milhões. Tatiane que estava separada do pecuarista estaria de olho nos bens do ex-marido. De acordo com a Polícia Civil, Tatiane e o namorado combinaram o crime e chamaram Wytalo para participar.
Wytalo, que já estava preso por outro motivo na cadeia de Barra do Garças, teria sido o individuo que entrou na casa do italiano e efetuou os disparos, porém ele contou com ajuda de alguém que conhecia o ambiente inclusive os cachorros da vítima. No entanto, ele nega o crime. Aliás, os três negam participação na morte do italiano.
Furto de Land Rover
Três dias depois de homicídio, um veículo Land Rover, pertencente à vítima, foi furtado. O fato levou as investigações a serem desenvolvidas em conjunto com a Delegacia de Roubos e Furtos de Barra do Garças, que num esforço integrado, tiveram informações do paradeiro do veículo e das pessoas que, possivelmente, teriam negociado o carro com terceiros, a priori, sem relação com o crime de homicídio.
“Ao serem intimados, informaram quem foi a pessoa que teria subtraído o veículo da casa em que residia o italiano Alessandro Carrega. Tais informações levantadas até o presente momento foram aptas a gerar suspeitas em dois possíveis autores. Diante das informações levadas ao Ministério Público e Poder Judiciário foram expedidos dois mandados de prisão temporária”, completou o delegado.
Luta pela Filha
Alessandro e Tatiane viveram juntos por um bom tempo e tiveram uma filha que hoje está com 14 anos. Os advogados contratados pela família do italiano informaram que a família tem interesse na guarda da garota que continua em Barra do Garças sob os cuidados do estado. “A vontade da família terminado essa fase do julgamento e conquistar o amor da menina e na Justiça a sua guarda”, explicou o advogado Rafael Rabaioli.