Ex-Delegado da PF de Barra do Garças é escolhido por Bolsonaro para chefiar FUNAI.

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O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) nomeou o delegado da Polícia Federal (PF) Marcelo Augusto Xavier da Silva como presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele atuou em Barra do Garças até 2017, quando se licenciou justamente para assessorar a CPI da Funai II, que aprovou relatório elaborado pelo ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB).
No período que comandou a PF em Barra do Garças, Marcelo Augusto acompanhou a desinstrusão de Suiá Missú, em Alto Boa Vista, no Araguaia. A experiência o credenciou para assessorar a CPI da Funai II.
O relatório de Leitão pediu o indiciamento de 96 pessoas por supostos crimes praticados em processos de demarcação de terras indígenas, remanescentes de quilombos e em assentamentos da reforma agrária. Os pedidos foram encaminhados para análise do Ministério Público e da Polícia Federal.
O delegado é ligado aos ruralistas; a favor da exploração de mineração em terras indígenas. Também já atuou contra grupos de índios quando foi ouvidor da Funai.
Além disso, exerceu o cargo de assessor especial de um dos principais ministros de Michel Temer (MDB), Carlos Marun (MDB-MS), e já passou pelo Governo Bolsonaro, como assessor do secretário especial de Assuntos Fundiários Luiz Nabhan Garcia, que é presidente licenciado da União Democrática Ruralista (UDR).
O cargo de presidente da Funai estava vago desde a demissão do general da reserva do Exército Franklimberg Ribeiro de Freitas, em junho, por pressão da bancada ruralista. A nomeação do delegado ocorreu mesmo com a forte oposição existente dentro da Funai, por parte do corpo técnico do órgão. O ato foi assinado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e publicado na edição desta sexta, 19, do Diário Oficial da União.
A Funai voltou para a aba do Ministério da Justiça, de Sergio Moro, por decisão do Congresso. O órgão segue responsável por processos de demarcação de terras indígenas, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) (Com informações de O Globo). Fonte: RDNews.