Preso no Paraná acusado de matar fazendeiro e agrimensor por disputa de terras em Mato Grosso

Olhar Direto

Antônio Martinelli Junior, 40 anos, acusado de ser o mandante do assassinato do fazendeiro Olavo Teobaldo Ferreira, 71 anos, e do agrimensor, Francisco José Denipote, 62, foi preso pela Polícia Civil, na última terça-feira (23), em Apucarana, no Estado do Paraná. O crime teria sido motivado por disputa de posse de uma propriedade rural.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi feito pela delegacia de Alto Araguaia e a prisão do suspeito foi decretada pela Justiça de Mato Grosso. O mandado contra Antônio foi cumprido por investigadores do Paraná, que localizaram o acusado em Apucarana.

Antônio é suspeito de mandar executar as vítimas por motivos de disputa por posse da terra. As investigações desse caso estão em sigilo, para que outras medidas cautelares possam ser executadas pela Polícia Civil de Mato Grosso, e assim que finalizadas serão divulgadas pela instituição.

O caso

Dois idosos, identificados como Francisco José Denipote, de 62 anos e Olavo Teobaldo Ferreira, de 71 anos, foram encontrados mortos, com marcas de tiros, no interior de um carro, em uma propriedade rural chamada Estância Stopa, no município de Alto Araguaia (a 426 quilômetros de Cuiabá), na manhã do dia 15 de abril deste ano. As vítimas seriam do Estado de São Paulo.

De acordo com informações da Polícia Civil, Francisco e Olavo estariam em visita na propriedade rural onde foram encontrados mortos. A localização dos corpos aconteceu depois que um morador relatou ter ouvido barulho de disparos de arma de fogo.

As vítimas estavam no interior de um carro, modelo Uno, de cor preta, às margens da BR-364, no km 7.

Olavo Teodoro era representante de uma ação judicial em uma disputa de terra, que possui 5.793 hectares (Fazenda Sucuri/Lagoa dos Veados).

Consta no processo que Oswaldo Theobaldo Ferreira, morto em 1987, adquiriu em 30/09/1963, mediante escritura de venda e compra firmada com o Sr. Gerson Bueno, uma área denominada Sucuri, no município de Coxim/MS, na época, Mato Grosso. Em 2013, ele tomou conhecimento da ação de usucapião e que os requerentes, que são os acusados na ação de agora, almejavam o reconhecimento da propriedade de 149,73 hectares, alegando posse desde 2001.

A Justiça então determinou a imissão de posse para Olavo Teodoro. Os oficias de Justiça então seguiram até a fazenda por diversas vezes, mas sempre com reforço policial. No dia 31 de janeiro, eles retornaram para que o idoso tomasse a posse definitiva. Porém, um funcionário afirmou que o acusado não tinha mais voltado à fazenda.

Sendo assim, Olavo pediu à Justiça que fosse realizada uma desocupação forçada, com a retirada de todos os bens pertencentes aos acusados, sendo os maquinários e a lavoura de soja, para o exercício livre da posse.