Preso, ex-prefeito Gaspar destruiu provas; empreiteiras pagavam contas pessoais
RDNews
O dinheiro que deveria ter sido utilizado para construção de pontes de concreto em Confresa (a 1.167 km de Cuiabá) era desviado em esquema de corrupção junto à empreiteiras e parte do valor servia para pagar até mesmo as contas pessoais de Gaspar Lazzari (PSD), que foi derrotado nas urnas em 2018 quando se candidatou ao cargo de deputado federal, e obteve 40.470 mil votos.
Lazzari foi preso na manhã de hoje (22) durante a 2ª fase da Operação Tapiraguaia por ter destruído provas após a primeira fase da Operação, realizada em janeiro deste ano pela Polícia Federal.
O delegado Carlos Henrique Dangelo, da PF disse, em entrevista à imprensa, na manhã desta quinta (22), que Lazzari se beneficiava do desvio de recursos públicos para pagar contas pessoais – como de energia, de hospedagem, e até mesmo de cartão de crédito. Todas eram pagas por empreiteiras.
“Identificamos que contas pessoais do ex-prefeito de Confresa eram pagas pelas empreiteiras, que recebiam recurso do Governo Federal e não realizavam as pontes. Comumente se distribuía o que se chama de propina. Além de receber em sua própria conta, na de seus familiares, também em espécie. Há provas neste sentido. Havia contas comuns, como cartão de crédito, energia, hotéis, que ele passava para as empreiteiras pagarem”, explica o delegado.
De acordo com informações da Controladoria-Geral da União (CGU), após analisar o material apreendido na primeira fase da Tapiraguaia, já foi identificado o prejuízo potencial de R$ 1,6 milhão em Confresa envolvendo a construção de pontes, escola e unidades de saúde. Em Confresa o projeto era para construir 8 pontes, mas apenas uma foi concluída.
A operação também atingiu o ex-prefeito de Serra Nova Dourada, Edson Yukio Ogatha (PSD), conhecido como “Japonês”, e o suplente de deputado federal, Valtenir Pereira (MDB), que segundo a PF era o facilitador para que os recursos federais “chegassem” até as prefeituras.