Condenado a mais de 100 anos de prisão, ex-cabo da PM foge do Batalhão da Rotam
G1 MT
O ex-cabo da Polícia Militar, Helbert de França Silva, condenado a mais de 100 anos de prisão, fugiu das instalações da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), onde permanecia preso desde a Operação Mercenários, em junho deste ano, na tarde desse domingo (6).
Helbert foi condenado pelos crimes de tentativa de homicídio e homicídio qualificado.
O Comando Geral da Polícia Militar informou, por meio de nota, que determinou a instauração de procedimento para apurar a fuga do ex-cabo PM que cumpria prisão nas instalações do Batalhão Rotam, ocorrida na tarde desse domingo.
Equipes da PM realizaram diligências internas no quartel Rotam, em áreas do entorno, endereços de parentes e outros locais sem que o ex-militar fosse localizado. Em seguida o comando da unidade formalizou comunicado da fuga ao Comando Geral. Nesta segunda-feira (07) o fato foi informado 1ª Vara Criminal de Cuiabá.
Apenado pela Justiça e expulso da PM em ato publicado na semana passada, o ex-cabo permanecia recolhido na unidade por conta de determinação judicial, ou seja, recurso interposto por sua defesa e acatado pela Justiça.
A fuga está sendo apurada por meio de uma sindicância instaurada pelo comando do Batalhão Rotam cuja tramitação tem o acompanhamento da Corregedoria Geral da PMMT.
O grupo, conhecido como ‘Os Mercenários’, era formado por seis policiais e outros civis. Ao todo, estima-se que, pelo menos, 15 pessoas tenham sido vítimas do grupo.
O grupo, segundo a denúncia, tinha aparato para cometer os crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e carros e motos com placas frias.
Os crimes foram praticados em março de 2016. As vítimas estavam voltando de uma festa, quando foram atacadas enquanto tentavam abrir o portão da residência.
Além da prisão, Helbert foi condenado a perda do cargo de militar.
Conforme a sentença, os homicídios ocorreram no dia 13 de abril de 2016, por volta das 22h, em Várzea Grande. As vítimas Márcio Melo de Souza, Wellington Ormond Pereira e Vinícius Silva Miranda foram atingidas por disparos de arma de fogo. Na ocasião, o jovem Alan Chagas da Silva também foi atingindo, mas sobreviveu por circunstâncias alheias à vontade dos réus.
Segundo o Ministério Público, Helbert e José Edmilson chegaram juntos no local dos fatos, em um veículo e já desceram efetuando os disparos contra as vítimas. Somente Alan Chagas da Silva conseguiu pular o muro da casa e fugir. Os crimes aconteceram na Rua 11, Casa 14, Quadra 54, no bairro Cohab Cristo Rei.
Os sentenciados José Edmilson e Helbert de França Silva respondem a outras ações penais, todas pela prática de crimes dolosos contra vida, praticados por motivação e circunstâncias semelhantes ao caso que foi julgado.
Eles estão presos e não poderão recorrer da sentença em liberdade. No mês passado eles foram submetidos ao júri popular e foram condenados a 30 anos de prisão, cada um, pelo homicídio qualificado praticado contra Luciano Militão da Silva e por tentativa de homicídio contra Célia Regina da Silva.
Os Mercenários
O MPE alega que o grupo “Os Mercenários”, formado por pelo menos seis policiais, além de civis, se associou mediante estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais.
Conforme apurado durante as investigações, os integrantes do grupo possuíam todo um aparato para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido vítimas do grupo.