Preso suspeito de fingir ser delegado para conseguir dados de boletins de ocorrências e aplicar golpes

G1 GO

A Polícia Civil de Goiás prendeu um homem suspeito de se passar por um delegado para conseguir acesso a dados sigilosos de boletins de ocorrência e aplicar golpes em vítimas de furtos e roubos de veículos. As investigações apontaram que ele cobrava entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil alegando que devolveria os carros e motos.

Fernando Ribeiro de Souza, de 49 anos, foi preso na terça-feira (22). “Ele ligava para delegacias de todo país, usava o nome de um delegado que trabalha no Entorno do Distrito Federal, pedia dados dos boletins por email, telefone ou Whatsapp. Ele teve acesso a cerca de 200 boletins de ocorrência”, explicou o delegado Paulo Ludovico.

O G1 não conseguiu localizar a defesa do preso até a última atualização dessa reportagem.

O suspeito chegou a ser preso em 2016 suspeito de agir da mesma forma para aplicar golpes. Em 2017, as primeiras vítimas começaram a surgir, quando Fernando ainda estava preso. Em 2018, ele foi solto e se mudou para Planaltina, no Distrito Federal. A suspeita é que, mesmo preso, ele continuava com os crimes.

“Enquanto ele estava preso, ele foi flagrado duas vezes usando celular. E quando saiu, seguiu aplicando os golpes. Temos a confirmação de cinco pessoas que pagaram os valores e mais 11 que ele tentou enganar, mas as vítimas não fizeram o depósito. Mas o número de casos pode chegar a 200”, disse o delegado.

O homem foi preso em casa e transferido para o presídio de Luziânia. Segundo o delegado, durante o depoimento, o suspeito disse que não aplicava os golpes e falou que o crime era cometido por outras pessoas. Ele vai responder pelo crime de estelionato.

Paulo Ludovico acredita que a prisão do suspeito é importante para que as vítimas de estelionato fiquem atentas para não fazerem os pagamentos dos valores cobrados e denunciarem o crime à Polícia Civil. Além disso, é um alerta para que os próprios policiais redobrem o cuidado ao divulgar informações.