Aumentam as vítimas que denunciam estupros sofridos em MT
Gazeta Digital
Em 10 dias de janeiro, mais de 10 ocorrências de estupro já foram registradas pelas forças da Segurança Pública de Mato Grosso. Com O número crescente de denúncias, a defensora pública e membro do Conselho Estadual da Mulher, Rosana Leita, aponta que as vítimas e as famílias estão acreditando mais no Poder Público.
“Isso é, acreditando nas ações de combate, de conscientização e de punição também. Não é que os números estão aumentando, são os mesmos casos, mas que estão ganhando notoriedade. Como mulher e defensora, esperamos que o número dos crimes continue diminuindo”.
Levantamento divulgado em 2019 apontou que dados coletados em 2018 colocou Mato Grosso como o 2º estado brasileiro com maior número de estupros com total de 3,4 mil casos, ficando atrás apenas de São Paulo com 5,2 mil casos.
“As vítimas estão buscando denunciar e receber o acolhimento. Há confiança ainda no trabalho que vem sendo realizado, como o que é feito no Hospital Júlio Müller, e também por servidores do Instituto Médico Legal (IML) e do Conselho Estadual também”.
Agressor está por perto
Conforme a defensora, a violência de gênero acontece mais de uma vez, na maioria dos casos, já que o agressor entende que ele não vai ser preso. “Mas, há um obstáculo na frente agora, que é o poder público”.
A maioria dos casos acontecem dentro de casa, seja de violência física, sexual, verbal e/ou psicológica. “Vem de onde deveria ter proteção. Essas vítimas precisam entender que esse tipo de cultura mudou, tem que denunciar e buscar direitos e garantias”.
Casos
Em um dos casos, registrado no dia 2 de janeiro em Cuiabá, uma menor de 14 anos foi estuprada pelo cunhado enquanto. O pai da vítima foi quem flagrou o ato e acionou os policiais. O homem de 25 anos foi preso em flagrante. Afirmava à vítima que era membro de facção criminosa, inibindo as denúncias.
Na festa de Ano Novo, em Várzea Grande, menina de 13 anos denunciou ter sido vítima de estupro coletivo. Ela consumiu álcool, dormiu e quando acordou, encontrou a calcinha rasgada e ainda estava com dores no órgão genital e hematomas nas pernas.
Em Porto Esperidião (326 km a oeste de Cuiabá), mulher foi estuprada após beber um caldo de cana batizado. Ela foi dormir e acordou com o suspeito, que é marido da sua prima, praticando sexo oral nela.