Em uma semana, Polícia Militar mata 11 suspeitos em Mato Grosso

Gazeta Digital

Nesta última semana, a Polícia Militar matou 11 criminosos durante abordagens em Mato Grosso. Somente na quarta-feira (1°), quatro homens de uma quadrilha foram mortos após serem baleados pelos militares, na região do Lago do Manso. É o segundo caso de morte por agentes do estado no local.

De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 23 pessoas foram mortas em ações da Polícia Militar em Cuiabá, entre janeiro e junho. Ao todo, 16 mortes foram registradas na Capital, enquanto 7 foram em Várzea Grande.

O montante representa ainda quase 27,71% do número total de homicídios investigados pela Polícia Civil. Conforme os dados, é como se a polícia matasse aproximadamente 4 pessoas por mês, durante o primeiro semestre.

Os casos

Cleberson Rodrigues Marques Silva, 31, Cleber Neves Andrade, 31, José Carlos Fernandes Dumont, 25, e João Vitor Chaves, 19, estavam em um Chevrolet Ônix prata, quando foram surpreendidos pela Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam), na quarta-feira (1).

O quinto suspeito, ainda não identificado, foi baleado e encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá. A quadrilha planejava um assalto em chácaras na região do Manso, quando foram interceptados e alvejados.

No dia 30 de outubro de 2019, outra ação parecida ocorreu no local. Ao todo, cinco homens foram mortos nas mesmas circunstâncias. Apesar da extensa ficha criminal, os suspeitos foram mortos logo após se depararem com a polícia. No encontro, eles atiraram contra os militares, que responderam com tiros.

Na segunda-feira (29), Policiais militares do 11º BPM de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá) identificaram um homem que revidou uma abordagem e, no confronto veio a óbito, no bairro Menino Jesus.

Outro homem morreu na terça-feira (30), durante confronto com a Força Tática em Tangará da Serra (239 km a médio-norte). Ele era suspeito de ter realizado dois assaltos no fim de semana na cidade e ao ser abordado pelos policiais deu vários tiros na direção dos agentes, que revidaram.

Apesar de ter apenas 22 anos, Daniel Pereira de Almeida, foi morto também em uma abordagem da Polícia Militar, em Várzea Grande, na noite de quarta-feira (1). Com 14 passagens criminais, ele fugiu após ter roubado um carro e realizado um assalto a um grupo de jovens, que estavam na porta de casa no bairro Jardim Alá.

Com o intervalo de um dia, na sexta-feira (3), houve o registro da morte de dois assaltantes, que faziam reféns em uma lanchonete no distrito de União do Sul, em Peixoto de Azevedo (691 km ao norte). Um policial passava pelo local, quando viu as vítimas rendidas por 3 criminosos.

Ainda na sexta-feira, dois suspeitos, de 18 e 21 anos, vieram a óbito em confronto com policiais miliares, no distrito de Brianorte. Um deles foi apontado como autor do latrocínio da empresária Maria Deusalina Freire Carvalho, ocorrido em São José do Rio Claro (a 313 km de Cuiabá), em 23 de junho.

Outro lado

A reportagem do procurou a assessoria da Polícia Militar sobre as chamadas “morte decorrente de intervenção policial”. De acordo com nota, toda ação por agentes do estado, seja mortes ou feridos, são apuradas pela Corregedoria. O caso dos quatro mortos na região do Manso já foi levado à Corregedoria, para que tome medidas cabíveis.

“Também foram adotados procedimentos pela Polícia Judiciária Militar para que, como é exigência legal em caso de morte por intervenção de agente de segurança, a conduta dos policiais possa ser apurada pela Corregedoria”.