Malévola do CV pede voto para Hulk e diz como é a eleição interna de facção

RDNews

“Meus irmãos, nós já estamos pensando em nosso vereador. Nós estamos tendo uma enquete e o que ganhou foi o Hulk”, diz Malévola, como supostamente é conhecida liderança feminina no Comando Vermelho, ao se referir ao candidato Flávio Braga da Silva Nunes, de 38 anos, candidato pelo MDB a vereador em Barra do Garças (a 509 km de Cuiabá), em áudio. Outros estão circulando na rede, fazendo considerações sobre políticos que apoio a facção criminosa. Esses áudios são investigados pela Polícia Federal, após monitoramento do órgão. Hulk foi citado durante ligações do grupo e, por isso, intimado a depor na Operação Captura, deflagrada na quarta (11).

Existem investigações que apontam indícios de elo do emdebista com a facção, que buscava eleger o Hulk para supostamente “ajudar a facção”. Contudo, ele não foi eleito e teve apenas 14 votos.

“A ordem é acabar com o Comando Vermelho. A ordem é acabar na marra com facção”, afirma liderança em outro áudio.

Esse material também foi apreendido durante os mandados cumpridos na operação, sendo três mandados de busca e apreensão em desfavor de integrantes da facção criminosa expedidos pela 9ª Zona Eleitoral de Barra do Garças.

As investigações da PF apontam que membros do CV, após escolha interna prévia de seus candidatos por meio de “enquetes” realizadas com os faccionados, financiam e patrocinam candidatos políticos, por meio de “salves” dados em aplicativos de redes sociais, para que os mesmos busquem ser eleitos.

Em dado momento de um dos áudios, a mulher que foi presa tentando quebrar o celular, destaca que os “manos estão na cadeia sem ventilador, e no castigo”. E ela questiona: “Nós queremos um prefeito desse? Queremos um ditador? Sarcástico do jeito dele? Então vamos pensar em derrotar o prefeito e enfraquecendo ele. (…) vamos pedir para os parentes, aquele amigo que você não vê a muito tempo”, pede.

Ela também relembra quando como a facção nasceu, fazendo referência à famosa prisão da ditadura militar, a Ilha Grande. E chega a fazer referência ao ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
“Quando os presos de lá pediram para a família deles (Sic) votar no Brizola. No primeiro mandado dele, ele disse que implodiria o presídio da Ilha Grande. E todo mundo foi para luta”.

O Presídio Candido Mendes, funcionou até 1994, quando os prédios foram implodidos, no governo Brizola. Na fase final, tornou-se inviável economicamente e já não havia mais condições de se manterem presidiários em condições tão precárias. “Até brincamos que só ficava lá dentro o preso que não queria fugir”.

O áudio seria de uma das investigadas, que inclusive já foi candidata ao cargo de vereadora em Nova Iguaçu (RJ) em eleições passadas. Ela foi presa em flagrante durante a execução da ordem judicial em seu desfavor por supressão de documento, já que tentou destruir aparelho celular apreendido pela Polícia Federal, prática comum entre os faccionados.