Policial investigado utilizava viaturas oficiais, uniformes, distintivos, armas de fogo e menores para extorquir vitimas

O investigador da Polícia Judiciária Civil (PJC), Edilson Antônio da Silva, que também já atuou como chefe de operações da 3ª Delegacia de Polícia do Coxipó, utilizava viaturas oficiais da PJC/MT, inclusive caracterizadas com a identificação ostensiva da Polícia Judiciária Civil, giroflex, uniformes, distintivos, emprego de armas de fogo (tanto de origem ilícita quanto de propriedade do Estado de Mato Grosso).

A afirmação foi feita pelo Ministério Público que ofereceu denúncia contra Edilson e outros 24 investigados, entre policiais militares, civis e cidadãos não agentes de segurança. A denúncia foi aceita pela juíza, Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá que chegou a citar que o policial recrutava menores para participar dos crimes de extorsão praticados.

Edilson foi apontado como chefe da organização criminosa e o mesmo utilizava o seu ‘poder’ que o cargo lhe concedia para ter acesso a informações sigilosas sobre a realização de operações policiais fictícias contra as vítimas que já eram investigadas pela prática de outros crimes.

“Este núcleo dispunha de maior poder de comando sobre as ações criminosas que seriam deflagradas pela organização criminosa, tendo em vista que era responsável pela obtenção de informações sobre os ‘alvos’ nos bancos de dados do Poder Público que tinha à sua disposição, por meio dos investigadores de polícia integrantes da Orcrim, bem como por conferir ares de veracidade (legalidade) às falsas abordagens realizadas”, diz parte da denúncia do Ministério Público.

O grupo era dividido em três de acordo com o Ministério Público. Um grupo que estava no topo era composto por policiais militares e civis da ativa e aposentados, o grupo intermediário atuava como ‘apoiadores’ dos crimes e um terceiro grupo na pirâmide que eram os informantes que serviam de “iscas” para as práticas criminosas.

As investigações começaram quando Hairton juntamente com o investigador aposentado, Evanir Silva Costa, tentaram extorquir R$ 20 mil de um homem suspeito de tráfico. A vítima teria contado que teve a sua casa no bairro Altos da Glória invadida por seis policiais civis que exigiram o dinheiro como forma de propina para deixá-lo em “paz”.

Cofira a lista dos 25 denunciados pelo MP:

Adilson de Jesus Pinto (policial militar)

Alan Cantuário Rodrigues (policial civil

Ananias Santana Da Silva (policial militar)

André Luis Haack Kley (policial civil)

Daniel De Paula Melo (policial civil)

Delisflasio Cardoso Bezerra Silva (já foi preso por se passar por policial civil)

Dhiego de Matos Ribas (policial civil e chefe de operação)

Domingos Savio Alberto de Sant’ana (ex-servidor público)

Edilson Antônio da Silva (policial civil)

Evanir Silva Costa (ex-policial civil)

Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski (policial civil)

Genivaldo de Souza Machado (já foi preso)

Hairton Borges Júnior (ex-policial civil)

João Martins de Castro (incerto)

Jovanildo Augusto da Silva (criminoso)

Júlio César de Proença (policial civil)

Kelle de Arruda Santos (incerto)

Manoel José de Campos (policial militar)

Natalia Regina Assis da Silva (namorada de Edilson)

Neliton João da Silva (incerto)

Paulo da Silva Brito (policial civil)

Raimundo Gonçalves de Queiroz (ex-policial civil)

Reinaldo do Nascimento Lima (incerto)

Rogério da Costa Ribeiro (policial civil)

Sandro Victor Teixeira Silva (policial civil)

Dos 25 alvos da operação Renegados, que foi deflagrada no dia 05 de maio, apenas Kelle Santos conseguiu a liberdade enquanto os demais continuam presos à disposição da Justiça.

Estadão MT – Jefferson Oliveira