Morte de ex-prefeito de Ribeirão Cascalheira está relacionada a herança “bilionária”
Reportagem divulgada no último domingo, pelo programa Domingo Espetacular (TV Record), pode ajudar a Polícia de Mato Grosso a desvendar a morte do ex-prefeito de Ribeirão Cascalheira, Adário Carneiro Filho, ocorrida em setembro de 2015, numa das avenidas mais movimentadas do município. Segundo a reportagem, o ex-prefeito estava envolvido numa trama envolvendo a disputa de uma herança bilionária na região.
A história se iniciou em 2009, quando Deddiane Flor descobriu ser herdeira de Sebastião Flor, um multimilionário que tem terras na divisa de Goiás e Mato Grosso. Dediane procurou o ricaço, que após a confirmação do vínculo através de dois exames de DNA, assumiu a paternidade, com direito a registro e tudo. Foram cinco anos de uma boa convivência, até que Sebastião morreu em maio de 2014. Como ele não era casado e nem tinha outros filhos, Dediane era herdeira de uma fortuna avaliada em R$ 1 bilhão.
Irmão e sócio de Sebastião, Romão Flor não aceitou a divisão. Baseado em um documento de 2001, em que os dois fizeram testamentos que previam a transferência da grana de um para o outro em caso de morte, ele passou a alegar que era o único a ter direito à fortuna. O problema é que, como o documento foi feito em uma época na qual Sebastião nem sabia da existência de Dediane, ele não é mais considerado válido pela Justiça.
PISTOLEIRO
A vida de Dediane se tornou um verdadeiro pesadelo desde então. Sem ter conseguido pegar um real da fortuna, mesmo com uma decisão judicial a seu favor, ela acusa o tio de estar se desfazendo gradativamente do dinheiro para evitar que ela consiga algo. Para piorar, suspeita que Romão contratou um pistoleiro para lhe matar. É aí que entra o ex-prefeito de Ribeirão Cascalheira na história.
Adário Carneiro Filho teria sido contratado por Romão Flor para executar a herdeira e seu advogado, Djalma Rezende. Ex-prefeito da cidade e amigo pessoal de Romão, ele teria chegado perto de assassinar Djalma Rezende, advogado de Dediane, durante uma visita deles a uma das fazendas disputadas. Só não conseguiu o feito porque o alvo estava acompanhado de dois seguranças
Advogado de investidores que estavam interessados em uma propriedade de Romão, Juliano Freitas esteve na propriedade dois dias depois da tentativa de assassinato. Ele conversou com Adário e garante que ouviu o suposto matador dizer que só não matou Djalma porque não recebeu o ok do mandante.
— Ele disse: ‘Esse cidadão está acabando com a vida do Seo Romão e o dia dele vai chegar. Ele só não morreu naquele dia porque não tive autorização naquele momento’
Um dos maiores agropecuaristas do país, Osny Alvarenga frequentava as fazendas de Romão e afirma ter ouvido conversas suspeitas entre Romão e Adário.
— O Adário falou que ele já tinha conversado com o Romão, que ele resolvia esse problema rápido, matando o Djlama e a Dediane
A última vez que Osny viu Adário foi em 21 de agosto de 2015 e o suposto pistoleiro se disse assustado e ameaçado pelo “pessoal do Romão”. Vinte dias depois, Adário foi assassinado por um motoqueiro na avenida principal da cidade em plena luz do dia, em ação que foi filmada por câmeras de segurança.
A despeito dos fatos, Romão nega as acusações e afirma até ser amigo de Dediane e do advogado Djalma. As ameaças estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Goiás. (Redação/Folhamax)