Polícia Civil prende acusado de matar a namorada no Araguaia

Cinco meses após o crime, um rapaz acusado de matar a namorada dele, de 17 anos, foi preso nesta terça-feira (15), no sítio de avó dele, em Água Boa. Thajela Caroline Oliveira foi morta em setembro do ano passado e, à polícia, Paulo Henrique Souza, de 21 anos, que trabalhava como operador de máquinas, alegou que o tiro que havia atingido a adolescente tinha sido disparado acidentalmente.

Após o crime, o rapaz também entrou em contato com a mãe da namorada e disse que o tiro tinha sido acidental. No entanto, ele fugiu. Após investigações, a Polícia Civil concluiu que houve intenção de matar. Um amigo dele, que é acusado de participar do assassinato, também está preso.

A mãe de Thajela, Marinete de Oliveira Mesquita, disse que, antes da morte, a filha vinha demonstrando tristeza, porém, não dizia se estava recebendo ameaças ou se estava sendo maltratada pelo namorado, com quem estava morando junto. “Ela me disse que sentia medo de morrer. E me contou que tinha tido um sonho e, nesse sonho, uma pessoa queria matá-la”, contou.

Os dois já moravam juntos há dois anos, sendo que, no início do relacionamento, em Ribeirão Cascalheira, a 893 km de Cuiabá.

“Quando ela estava morando longe de mim, eu sentia que precisava trazê-la para perto de mim, até que ele [ex-genro] arrumou um emprego em Peixoto [de Azevedo] e vieram para cá. Não sabia o que acontecia, mas ouvia algumas pessoas dizendo que ele agredia a minha filha, mas perguntava à ela e ela não me contava ao certo o que acontecia”, disse a mãe da vítima.

No dia da morte de Thajela, na noite do dia 19 de setembro, a mãe contou que tinha passado o dia com a filha. “Eu a ensinei a fazer iogurte caseiro. Queria que ela fizesse algo para vender e não ter que ficar pedindo dinheiro a ele”, relatou a mãe. Segundo ela, o genro não tinha ido almoçar em casa naquela data. “Ela me falou: mãe, tenho tanto medo de morrer com tiro e eu falei para ela parar de falar aquilo. Não imagina que ela estava sendo ameaçada, mas estava, pelas conversas dela”.

Marinete só soube da morte da filha na madrugada do dia seguinte pela vizinha. A mãe do acusado telefonou para a vizinha dela avisando que Thajela tinha sofrido um acidente e estava internada no hospital de Matupá, município a 10 km de Peixoto de Azevedo.

“Eles [Paulo e o amigo dela] deram banho nela depois que ela já estava morta e a levaram para o hospital”, contou. Quem a deixou no hospital foi o amigo de Paulo Henrique. Depois de deixar o corpo, o rapaz fugiu.
A médica que recebeu o corpo da adolescente na unidade de saúde informou que ela já chegou morta, conforme a mãe. “Ela levou um tiro no coração, colocou o braço na frente para tentar se proteger e o braço também ficou ferido”, afirmou a mãe. Depois da morte, o genro chegou a entrar em contato com a sogra por algumas vezes, dizendo que o tiro tinha sido acidental.

Prisão

Após a suspeita de que o acusado estava se escondendo na região de Água Boa, a Polícia Civil daquele município começou a procurá-lo, até que o encontrou escondido no sítio, situado a aproximadamente 50 km de Água Boa. O rapaz foi levado para delegacia daquele município e deve ser levado para a Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo, a 692 km da capital, onde tramita o processo contra ele e onde ocorreu o crime. (Redação/Folhamax)