Falta de recursos levou governo estadual a atrasar salários de 4% dos servidores
Por falta de recursos, o governo estadual atrasou em um dia o salário de algumas categorias, que foi pago somente nesta sexta-feira (1º). O atraso atingiu cerca de 4% dos 80 mil servidores ativos e inativos, de pastas como o Gabinete de Governo, Gabinete de Comunicação, Secretaria de Gestão, Casa Civil e Secretaria de Fazenda. A última categoria a receber foi a Fiscais de Tributos Estaduais (FTE), cujo pagamento caiu na conta ao meio-dia.
Em reunião com o Fórum Sindical, na manhã desta sexta, o secretário de Gestão, Julio Modesto, informou que houve falha no repasse de recursos federais que iriam compor os valores para quitação da folha de pagamento dos servidores. Desse forma, os pagamentos foram feitos de forma escalonada, e algumas categorias ficaram para esta sexta.
“Fomos procurar o secretário nesta sexta para cobrar o pagamento das categorias que faltavam, e ele nos atendeu prontamente. Tem havido diálogo entre o Fórum Sindical e o governo. Porém, as promessas não cumpridas nos deixam inseguros. A situação daqui para a frente é imprevisível. Os secretários disseram que iam publicar um calendário de pagamento deste ano e não publicaram. Que iam mostrar os números do governo e não mostraram. Que iam discutir a situação financeira do governo mês a mês e não discutiram”, pontuou o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Oscarlino Alves.
O padrão do Poder Executivo é pagar os salários no último dia útil do mês trabalhado, desde o governo Blairo Maggi (PR). Porém, em razão das dificuldades no fluxo de caixa, o governo Pedro Taques (PSDB) vem debatendo com o Fórum Sindical possibilidade de mudança dessa data. Como os sindicalistas rechaçaram a mudança, o governo se comprometeu a discutir a data de pagamento mês a mês. Em março, a promessa foi de que os salários seriam pagos dentro do mês. Em nota, a Secretaria de Gestão afirmou que “o Estado tem trabalhado arduamente para quitar a folha de pagamento dos servidores no último dia útil do mês”.
Oscarlino cobrou, também, que os outros poderes dividam com o Executivo a responsabilidade sobre os problemas financeiros do Estado, que afetam a folha de pagamento do governo. Ele defendeu, ainda, que o pagamento de todas as categorias seja feito de uma só vez, para que o banco credite os salários à meia-noite, e não de forma escalonada ao longo do dia, como vem acontecendo.
Na próxima semana, Julio Modesto deve voltar a se reunir com o Fórum Sindical para debater outras pautas, como a reposição da inflação prevista no Reajuste Geral Anual (RGA). O secretário já alertou os sindicalistas sobre a dificuldade de honrar o reajuste de 11,28% previsto para a data base em maio, referente à inflação 2015.
Uma das receitas esperadas pelo Estado para ajudar na folha é o Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX), que deve ser pago em três parcelas a partir de abril. Dos R$ 422 milhões que a presidente Dilma Rousseff (PT) se comprometeu a repassar a Mato Grosso, R$ 317 milhões devem ficar com o governo e o restante será dividido entre os municípios. (Olhar Direto)