Mato Grosso registra sexta morte por dengue em 2015

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou mais uma morte em decorrência da dengue grave no interior do estado. O caso é de um homem, de 34 anos, morador do município de Juína. No total, Mato Grosso registra seis mortes provocadas pela doença neste ano e outras quatro ainda estão sendo investigadas. Em 2014, foram 5 mortes.

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, explica que as mortes por dengue são investigadas conforme protocolo específico e confirmadas por critério laboratorial. “Após o óbito de um paciente a equipe técnica inicia, junto com o município, o protocolo de investigação daquela morte por dengue para confirmar ou descartar a doença, com a finalidade de identificar possíveis fatores determinantes do óbito, para que se possa preveni-los”, afirma a coordenadora.

Flávia lembra ainda da importância dos profissionais de saúde em realizar o manejo clínico adequado aos pacientes com suspeita de dengue.”Ao adotar as recomendações de controle e manejo da dengue, o profissional faz o diagnóstico e trata melhor esse paciente. A adoção dessas medidas é importante na redução dos casos graves e óbitos, principalmente porque agora não tratamos só da dengue, precisamos estar atentos aos casos de chikungunya e de zika também”.

Os sintomas da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, são parecidos. Geralmente, o paciente apresenta febre, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, além de manchas na pele. A fotofobia é uma das características diferenciais da doença, assim como manchas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e conjuntivite sem secreção e coceira.

Números

Entre 1º de janeiro e 16 de setembro de 2015 foram notificados 21.574 casos de dengue. No mesmo período de 2014 foram 9.759 casos, ou seja, neste ano houve um aumento de 121,07%. As informações são da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde.

Mato Grosso ainda contabiliza 77 cidades com alta incidência de dengue. Sinop, Várzea Grande, Santa Carmem, Ribeirãozinho, Cocalinho, Paranaíta, Santa Rita do Trivelato, Torixoréu, Campo Novo do Parecis, Alto Taquari, Matupá, Novo Horizonte do Norte, Serra Nova Dourada estão entre os municípios que apresentaram os maiores índices. A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica situação endêmica quando casos superam 300 a cada 100 mil habitantes.

Em relação a febre chikungunya, foram registrados 316 casos suspeitos. Deste total, 227 estão sob investigação e 89 foram descartados nos municípios de Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Cuiabá, Guaratã do Norte, Juína, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Nova Olímpia, Primavera do Leste, São Felix do Araguaia, Sorriso, Terra Nova do Norte, Várzea Grande, Rondonópolis. Até o momento, não foi confirmado nenhum caso de transmissão da doença em Mato Grosso.

Sobre o zika vírus, já foram enviadas para diagnóstico diferencial 164 amostras ao MT Laboratório, destas 45 encontra-se em análise, 68 exames foram descartados por ausência de critérios clínicos epidemiológicos. Trinta e três estão aguardando triagem e 25 exames foram liberados, com confirmação de cinco casos.

Ações

O controle da dengue, chikungunya e zika é ação continuada na Saúde do Estado que, por meio de suas vigilâncias epidemiológica e ambiental, monitora semanalmente a progressão dos casos. Além disso, são desenvolvidas ações de combate ao mosquito, em parceria com as secretarias municipais de saúde.

Outra ação que está em desenvolvimento, em conjunto com os municípios, é a reformulação do Plano Municipal de Contingência da Dengue. Cada um dos 141 municípios mato-grossenses deverão apresentar no final de outubro o plano, que contém o diagnóstico da estrutura para controle da dengue bem como as ações que serão executadas nos municípios em caso de necessidade, e de acordo com a situação epidemiológica atualizada.

Ainda são realizadas capacitações, utilizando a ferramenta do Telessaúde, com os profissionais de saúde. O objetivo de habilitar médicos e enfermeiros para a detecção precoce dos casos, atendimento oportuno e tratamento adequado.

A Secretaria de Estado de Saúde também tem mantido em funcionamento as salas de situação da dengue, um espaço importante para o mapeamento das regiões em alerta. “A sala de situação é uma ação importante da SES porque gera informações, como mapeamento das regiões, mostrando os maiores índices, para que possam ser efetuadas ações específicas para cada município, o que vai proporcionar agilidade nas notificações, ações de combate e assistência”, explica Flávia. A próxima sala de situação da dengue será realizada a partir desta quarta-feira (23.09), na região de Sinop.

Mesmo com a ação dos municípios, dos estados e do Ministério da Saúde, a população tem que fazer a sua parte, eliminando os locais com água limpa que servem como criadouro do mosquito. Além disso, é preciso manter os quintais e terrenos sempre limpos e as caixas d’águas devidamente fechadas. (Folhamax)