Índios trancam BR e pedem dinheiro para tráfego fluir; 12 pontos vedados

Índios da etnia Xavante trancaram a BR-070 em 12 pontos diferentes, na tarde desta segunda (18), e exigiram dinheiro e objetos de valores para a liberação do tráfego de veículos. Os ‘pedágios’ acontecem entre o distrito de Paredão Grande, em General Carneiro e Primavera do Leste. A Polícia Rodoviária Federal, em Primavera, solicitou reforço à Superintendência em Cuiabá, para evitar novos bloqueios.

Segundo a policial rodoviária federal Neide Borba, do Posto de Primavera do Leste, o bloqueio da rodovia começou no domingo (17), mas a pista foi liberada depois de negociação com os indígenas. Hoje, eles voltaram a bloquear, contudo,em 12 pontos diferentes. O helicóptero da PRF sobrevoou vários pontos trancados para levantar o grau de ação dos índios.

Os bloqueios na BR-070, segundo a PRF, já eram esperados. Todo ano, sempre às véspera do Dia Nacional do Índio, comemorado em 19 de abril, os Xavantes da Terra Indígena Sangradouro, cortada pela rodovia, vem promovendo ‘pedágios’ para arrecadar dinheiro. Entretanto, neste ano a ação começou mais cedo. “Sempre quando chega próximo ao dia 19 eles costumam agir para cobrar a passagem pela rodovia, só que começaram mais cedo”, disse a policial.

Apesar do cerco formado pelos índios, hoje a PRF conseguiu desbloquear alguns trechos, contudo, a cada bloqueio desobstruído, outros dois eram montados, totalizando 12 no final da tarde. “Eles estão se movimentando e somente nesta tarde foram 12 trancamentos”, disse Neide, informando que os indígenas têm cobrado quantias diversas para liberar o tráfego, variando entre R$ 20, R$ 50 ou o que o motorista tiver no bolso.

Caravana do impeachment

O bloqueio realizado pelos índios está afetando veículos leves, pesados e ônibus que fazem o percurso Barra do Garças a Cuiabá. Um ônibus de excursão que levou militantes para acompanhar a votação do processo de abertura de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi obrigado a parar em um dos pontos trancados e as bagagens foram reviradas.

Segundo uma das passageiras, Catiúscia Pellegrin, os indígenas aparentava sinais de embriagues durante a abordagem. “No início foi tenso. Eles exigiram dinheiro e objetos. Entregamos até os chapéus do impeachment”, disse, relatando que a PRF orienta a não abrir a porta para evitar saques. (FA/RDNews)