Polícia prende suspeitos de incendiar 113 veículos

Uma quadrilha suspeita de atear fogo em veículos na cidade de Itiquira, a 359 km de Cuiabá, foi presa nesta segunda-feira (23) pela Polícia Civil, durante a operação “Firecar”. Dois rapazes foram presos e quatro menores foram apreendidos por participação nos crimes. Os adolescentes, com idades de 15 e 16 anos, foram ouvidos pela polícia e liberados em seguida. Durante o depoimento, eles apontaram os dois adultos como os mentores do crime.

Segundo a polícia, o bando é responsável por um incêndio ocorrido no dia 2 de maio, no pátio da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), que destruiu 88 motos e 21 veículos apreendidos devido a infrações administrativas. O segundo incêndio que teria sido cometido pela quadrilha ocorreu dez dias depois, quando dois ônibus de transporte escola da Prefeitura de Itiquira foram totalmente destruídos pelo fogo.

Conforme as investigações, os adolescentes agiam a mando e financiados pelo suspeito Caio Henrique Soares da Rosa, de 19 anos. Este, por sua vez, contava com a colaboração de Anderson Francisco de Lima, de 23 anos, segundo a polícia. Ambos tiveram as prisões preventivas cumpridas durante a operação.

De acordo com o delegado Santiago Rozendo Sanches e Silva, o primeiro ato de vandalismo tece a participação de dois adolescentes e de Cario Henrique, que teria dado o dinheiro para os menores comprarem o combustível usado para atear o fogo no pátio da Ciretran, bem como seria o responsável por instigar os menores e planejar o incêndio.

“Ele é o autor intelectual de todo o crime, motivado por constantes apreensões da Polícia Militar de veículos deles e de amigos. Foi uma retaliação e para se auto afirmar perante o crime”, disse.

O segundo incêndio, segundo o delegado, teve a participação de três menores, sendo que um deles também já havia participado do primeiro ato de vandalismo, na Ciretran. Esse segundo crime também teria sido financiado pelos dois adultos, em retaliação pela prisão recente de quatro pessoas por tráfico de drogas. Os presos seriam amigos do grupo e o flagrante por tráfico foi feito pela Polícia Civil.

Novos ataques
Ouvidos pela polícia, os adolescentes afirmaram que os maiores de idade seria os mentores e autores intelectuais dos crimes, sempre desafiando os adolescentes e planejando os ataques em reuniões na casa de Caio. No celular de um deles, a polícia descobriu mensagens trocadas com um dos suspeitos, onde eles ameaçavam incendiar viaturas da polícia na cidade.

“Eles também planejavam outros crimes na cidade”, afirmou o delegado.

De acordo com a polícia, imagens das câmeras de segurança do posto de combustível mostram os menores comprando dois litros de gasolina, usada nos dois incêndios. Frentistas do estabelecimento também reconhecem os autores.

Crimes
Pelos dois crimes, os adolescentes irão responder a ato infracional de incêndio contra o patrimônio público, enquanto Caio e Anderson deverão ser indiciados por duplo incêndio contra o patrimônio público e corrupção de menores.

Os dois rapazes ainda devem responder por tráfico de drogas, uma vez que, no momento da prisão, Anderson estava de posse de uma porção de drogas. Já Caio foi flagrado pelos policiais usando drogas na companhia de uma adolescente e também será autuado por uso de droga e pelo artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe a venda, fornecimento ou entrega a menores de idade de bebida alcoólica ou outros produtos que causem dependência, , ainda que de forma gratuita. (Do G1 MT)