18 categorias continuam em greve; 10 voltam ao trabalho
RDNews
A greve dos servidores do funcionalismo público pelo pagamento integral da Revisão Geral Anual (RGA), de 11,28%, completou um mês na última sexta (1º de julho). Das 30 categorias que compõem o Fórum Sindical, duas não aderiram ao movimento, e atualmente 10 decidiram suspender por hora a ação. E 18 continuam no movimento.
Na semana passada, o governo aprovou a contragosto dos servidores o pagamento de 7,36% da RGA, em três parcelas, e o restante só será quitado se o Estado entrar na Lei de Responsabilidade Fiscal. Já os servidores, queriam o valor integral. Mas, com a aprovação da Lei, não há mais possibilidade de negociação com o Estado e agora só pode ser resolvido judicialmente.
Os funcionários do Detran e do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Sisma), na última sexta, decidiram voltar ao trabalho.
Os servidores do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) mesmo decidindo pela suspensão do movimento paredista, só voltam ao trabalho terça (5), pois realizam amanhã um protesto contra as mortes do agente de segurança do sistema socioeducativo Sidney Carlos da Silva Alves e ainda pelo sétimo dia do assassinato do agente penitenciário, Aldo Halik, o Bradock.
As atividades deverão estar paralisadas nas unidades penais de todo o Estado nesse dia como forma de protesto pelo ocorrido com os servidores, sendo realizados somente serviços essenciais como alvará de soltura, mandado de prisão e audiência de monitória.
Já os investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso, filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Polícia Civil de Mato Grosso – Siagespoc, após assembleia definiram pela continuidade da greve. “A partir desse momento nós faremos contato com o secretário da secretaria de Gestão e com outros representantes do governo para buscarmos entendimentos a respeito de outros assuntos que consideramos essenciais à categoria”, disse Cledison Gonçalve, presidente do sindicato.
Um dos mais mobilizados nesta greve dos servidores estão os da Educação, que também sinalizaram sábado (2) pela continuidade da greve. Uma assembleia geral da categoria será realizada amanhã (4), às 14h. “O indicativo da diretoria é que a greve continue porque o governo não sinalizou atender nenhuma das nossas reivindicações. O pagamento integral da RGA que era a principal, o governo, de maneira arbitrária, vai pagar como bem entender”, disse Henrique Lopes, presidente do Sintep.
Já os servidores públicos estaduais da área da Saúde decidiram por suspender a greve da categoria. A decisão foi tomada na noite de sexta, em assembleia geral. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde e do Meio Ambiente (Sisma), Oscarlino Alves, que também volta, explicou que a decisão não suspende a “luta” pelos direitos dos servidores.
“Nossa categoria se uniu de uma forma nunca vista antes, o que fortaleceu. Não desistimos de lutar por nossos direitos, apenas vamos mudar o front de batalha, passamos agora por uma luta judicial”. Oscarlino lembra que o movimento foi marcado pelo desgaste físico, ameaças de corte de ponto e também pela condução “desastrosa” do Estado e dos deputados.
Como o Sintep, o presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig) e membro do Fórum Sindical, Edmundo Cesar Leite, revela que o Fórum repudia “essa pressa” do governo em sancionar a lei um dia após aprovação do projeto na Assembleia.
“Assim, cada categoria irá realizar suas assembleias e pegar a opinião de suas bases. Aí irão decidir se suspendem ou continuam com a greve. Algumas já deliberam pelo fim da greve. Não foi uma lei acordada. Quem mais perdeu com isso foi o governo. Tem lei que fala que tem que pagar”. Edmundo Leite referia-se à Lei nº 8278/2004, que garante o pagamento da revisão inflacionária.
Para colocar fim ao impasse quanto a finalizar ou continuar a greve, o Fórum Sindical, com as 30 categorias do funcionalismo público, deve se reunir na próxima terça para discutir sobre a trajetória do movimento.