Vaqueiro acusado de matar procuradores vendeu mais de 400 cabeças de gado

Hipernotícias

O vaqueiro José Bonfim Alves Santana, assassino confesso dos procuradores, Saint Clair Martins, 78 anos e Saint Clair Souto, 38, na cidade de Vila Rica, confirmou ter vendido pelo menos 400 cabeças de gado sem ter repassado o dinheiro do negócio para os patrões.

Por conta desses negócios envolvendo gados da fazenda Santa Luzia, os procuradores – pai e filho – decidiram demitir José Bonfim do cargo de vaqueiro e administrador da fazenda. Ele inclusive tinha o direito, por meio de procuração, de negociar a venda dos gados, porém quando chegava na parte financeira os patrões deveriam ser acionados, o que não estava acontecendo.

“Ele quebrou a confiança dos patrões, que vieram para Mato Grosso demití-los. Porém, ele descobriu e por conta disse acabou armando a emboscada e matando os procuradores. Temos, incluisve, provas de que ele possivlemente premeditou o crime. Ele chegou a comentar com outras pessoas que antes de ser demitido iria tomar suas providências”, disse o delegado Gutemberg de Lucena ao HiperNotícias.

Segundo o delegado, a Fazenda Santa Luzia era uma das maiores em termo de criação de gado na região. “Lá tem muito gado e o número exato de gado vendido de forma irregular não foi levantado, mas ele (José Bonfim) confirmou que foram mais de 400”, contou o delegado.

O preço das negociações e do desvio não foi computado, porém uma equipe da Polícia Civil está empenhada em ouvir fazendeiros da região para saber como o assassino dos procuradores negociava a transferência dos bois.

“Ele cometeu crime de estelionato, pois estava vendendo algo que não lhe pertencia. Mesmo ele tendo uma procuração para negociar em nome da fazenda, não podia vender sem avisar ou fazer transferências para contas pessoais. Infelizmente, esse caso de venda de gado terminou com dois homens de bem assassinados. O mais estranho é que o autor do crime era de extrema confiança das vítimas. Ele trabalhava há oito anos com os Saint Clairs”, concluiu o delegado.

José Bonfim segue preso na cidade de Vila Rica, porém, por falta de estrutura, deve ser transferido para a cadeia de Água Boa, distante 500km do local onde ocorreu o duplo homicídio.