Pai relata angústia e diz que manicure pode estar em cativeiro
Mídia News
Há um ano, o aposentando José Carlos Godoy, de 65 anos, convive com angústia da falta de informações sobre o desaparecimento da filha, a manicure Sandra Godoy, de 30 anos.
Ela sumiu no dia 28 de setembro de 2015, quando viajou de Barra de Garças, cidade onde morava com o pai e filha de 12 anos, com destino a Ribeirão Cascalheira.
A Polícia Civil informou que as investigações sobre o paradeiro da manicure continuam, mas que até hoje não foi encontrada nenhuma pista.
Na época, o ex-namorado de Sandra, P.M., de 55 anos, chegou a ser preso, mas foi solto dias depois, pois, segundo a polícia, não foram encontradas provas que poderiam incriminá-lo.
“Desde esse dia eu posso contar nas mãos à noite em que consegui dormir direito. Sempre acordo na madruga, oro, e depois, não consigo mais dormir. O mais angustiante e a gente saber que não podemos fazer nada”
Em entrevista ao MidiaNews, José Godoy afirmou que passa as noites rezando para que a filha volte para casa.
“Desde esse dia eu posso contar nos dedos das mãos as noites em que consegui dormir direito. Sempre acordo na madruga, oro e depois não consigo mais dormir. O mais angustiante é saber que não posso fazer nada”, disse.
Ele tem a esperança de que Sandra possa estar viva, mas dentro de um cativeiro.
“Só não descobriram onde ela está ainda porque tem policial envolvido nisso”, revelou, sem citar nomes.
Segundo o aposentando, Sandra teria contando ao irmão, antes de sumir, que um investigador da cidade teria proposto a ela um triângulo amoroso com a própria esposa. O policial seria um antigo amigo da manicure.
“Eu acredito que ele [investigador] esteja envolvido porque todos os casos de crime que tem policial envolvido nunca se descobre nada, nunca vai para frente. Isso acontece muito por aqui”, declarou.
A desconfiança, segundo José, já foi levada à Polícia Civil. A corporação, porém, não comenta nomes. Afirma somente que há pelo menos cinco suspeitos sendo investigados. São pessoas com quem a manicure tinha ou teria tido algum tipo de relacionamento amoroso.
“Eu ligo todos os dias na delegacia, mas não adianta, eles nunca sabem de nada. Na realidade, eu penso que eles não trabalham mais nesse caso”, afirmou.
Humilde, ele disse que agora pretende pagar um advogado para cuidar da situação.
“Eu levei para o Ministério Público Estadual uma vez e fizeram uma covardia comigo. O assunto morreu lá mesmo”, disse, sem dar muitos detalhes.
Filha chora dia e noite
José Carlos contou que a filha de Sandra, de 12 anos, chora dia e noite a falta da mãe. “As duas era muito apegadas. Ela sofre muito, sente muito falta da mãe”, disse.
Atualmente a menina mora com o pai em Canarana (823 km a Nordeste de Cuiabá).
“Esses tempos atrás eu e minha filha mais velha fomos visitá-la e ela estava muito abalada”, lembrou.
Última notícia
Conforme a Polícia Civil, o último contato que a família teve com Sandra ocorreu no dia 28 de setembro. Ela ligou para a filha, de 12 anos, e disse que estava bem.
Ainda segundo a polícia, Sandra teria dito à família que iria à cidade de Ribeirão Cascalheira resolver questões sobre a venda de uma casa.
Porém, conforma a polícia, ela foi para Canarana, onde encontrou o ex-namorado.
No dia em que foi preso, P.M. confessou à Polícia Civil que eles se encontraram em Canarana, mas que deixou Sandra no mesmo município, após o encontro.
Um mês após o desaparecimento, a Polícia teve acesso a vídeos que mostram Sandra Godoy na Rodoviária de Canarana, no dia em que desapareceu da cidade.
No entanto, as imagens eram de má qualidade.