Crise econômica afeta Carnaval; de 10 cidades apenas 4 devem realizar
De 11 municípios mato-grossenses apenas Cuiabá, Barra do Garças, Cáceres e Nossa Senhora do Livramento garantem programação para o Carnaval, que se inicia em 5 de fevereiro. Os outros sete não vão realizar ou ainda não definiram. As alegações, em comum a todas as prefeituras, são falta de recursos ou priorizar a verba para outras áreas, como educação, saúde e infraestrutura.
A notícia vai contemplar e decepcionar, ao mesmo tempo, a ala jovem e festeira, assim como aqueles que não gostam de festança e defendem melhor aplicação do dinheiro público. O Rdnews fez o levantamento com base nas principais cidades do Estado e/ou onde os carnavais são tradicionais.
O secretário municipal de Cultura, Esporte e Turismo, Alberto Machado, afirma que, em média, o custo para realizar o Carnaval é de R$ 300 mil a R$ 350 mil. Entretanto, com a crise, a prefeitura trabalha para dar condições de fazer o evento, assim como adequar-se à situação financeira do Executivo. “Talvez não consigamos fazer ampliado como antes, mas vai acontecer”, garante.
A Prefeitura de Cuiabá, inclusive, já abriu as inscrições para o concurso que irá escolher o Rei Momo e a Rainha do Carnaval 2016 da Capital. A escolha será no próximo dia 22, na Praça da Mandioca. O Carnaval em Cuiabá será realizado na avenida Mato Grosso, com programação que contará com desfile de blocos e shows. Mais detalhes serão definidos ao decorrer da próxima semana.
Outro município onde o Carnaval virou tradição é Nossa Senhora do Livramento. Conforme o prefeito Carlos Roberto da Costa, o Nezinho (PSDB), providências de segurança estão sendo tomadas para a realização da festividade. Acontece que, no ano passado, em razão de falhas de segurança, o evento foi cancelado.
Para este ano, Nezinho promete realizar o Carnaval, uma vez que gera renda para famílias com aluguéis de casas, estacionamento e venda de alimentos. “Existe grande chance de realizar. Em média há um gasto de R$ 120 mil, mais que isso a prefeitura não pode pagar”.
Assim como em Barra do Garças, em Cáceres o Carnaval vai ocorrer. A Prefeitura de Barra define os últimos detalhes. O prefeito de Cáceres, Francis Maris (sem partido), por sua vez, afirma que o evento será em parceria com empresas. “Cedemos a limpeza e o lugar. Por isso, não teremos nenhum custo”, sustenta.
Na ala dos que não vão realizar o Carnaval estão Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop. O município vizinho de Cuiabá não tem tradição de realizar o Carnaval de rua. A Prefeitura de Rondonópolis ressalta que durante a gestão Percival Muniz (PPS) o evento nunca foi realizado, em razão de outras prioridades, como saúde, educação e infraestrutura.
Na mesma linha, a prefeita em exercício de Sinop, Rosana Martinelli (PSB), explica que a prefeitura prioriza outros eventos culturais e deixa o Carnaval para a iniciativa privada. Será o terceiro ano consecutivo que administração pública não realizará o evento. “É um investimento muito alto. E estamos em contenção de despesas”, explica a socialista, referindo-se que o custo da “folia” chega a R$ 500 mil.
Indefinidos
O Prefeito de Arenápolis, José Mauro Figueiredo (PRB), aguarda a resposta acerca da liberação de uma emenda de R$ 200 mil, do deputado estadual Wagner Ramos (PR), para definir se haverá Carnaval. “90% de chance do Carnaval acontecer. R$ 200 mil dá para fazer o evento”.
Durante toda a semana, a reportagem do Rdnews tentou contato com as Prefeituras de Santo Antonio do Leverger e Poconé, no entanto, as ligações não foram retornadas para a confirmação do Carnaval. (RDNews)