Integrantes do Movimento de Luta pela Terra protestam no Ministério Público e exigem a saída de promotor
Cerca de 200 integrantes do Movimento de Luta pela Terra (MLT) protestaram na tarde de ontem, (16), nas imediações do Ministério Público Estadual, (MPE), para exigir a saída do promotor de Justiça Marcos Brant Gambier Costa, da comarca de Barra do Garças. A manifestação coincide com o início das oitivas de testemunhas na sindicância instaurada pela Corregedoria-Geral de Justiça, para apurar denúncias contra o representante do MPE.
O protesto pacífico foi marcado pela exibição de faixas e cartazes, nos quais os manifestantes condenavam o promotor por atos de “truculência, abuso de poder e perseguição” aos pequenos produtores que sobrevivem da agricultura familiar no município de Barra do Garças. A Polícia Militar acompanhou o ato à distância e na porta do MPE para evitar excessos.
Segundo o coordenador estadual do MLT, João Batista Pereira da Silva, a permanência de Marcos Brant em Barra do Garças é inaceitável. “Esperamos que ele seja transferido e deixe de nos perseguir. Centenas de famílias passam por dificuldades por culpa dele, que proibiu a venda de produtos que eram produzidos por esses agricultores, como frango caipira, ovos, carne de porco e queijo”, ressaltou.
O coordenador ameaçou ir às últimas consequências para que o promotor não permaneça na comarca. “Se preciso, vamos parar o estado trancando rodovias e até mesmo o país até que ele seja transferido. É inadmissível o que ele fez e anda fazendo, a ponto de visitar sitiantes e exigir alimentação diferenciada para a criação de porcos. Ele extrapolou os limites”, disse João Batista.
Em Barra do Garças, o MLT mantém um acampamento localizado na BR-070 e em Pontal do Araguaia na MT-100, totalizando cerca de 800 famílias. Em Mato Grosso o movimento já atinge cerca de 6 mil integrantes em 23 municípios.
Rdnews/Francis Amorim/De Barra do Garças.