Acompanhante de luxo passa a ganhar R$ 30 mil após largar carreira de advogada
Olhar Direto
Claudia de Marchi, 34, decidiu se tornar acompanhante de luxo há um ano. Em fevereiro de 2016, depois de se decepcionar com a carreira de advogada e professora universitária e, principalmente, decidir não mais se relacionar emocionalmente com homens, a gaúcha que morava em Sorriso (395km de Cuiabá) se mudou para Brasília. Hoje, ela conta que sua qualidade de vida melhorou 100%, e que chega a ganhar R$30 mil por mês na nova profissão.
Foram onze anos de advogacia, uma pós-graduação em Direito Constitucional e alguns meses dando aula em uma instituição de educação superior até o momento em que Claudia disse ‘chega’.
“O judiciário e a justiça me frustraram. E fui demitida sem justa causa da Universidade no início de um semestre letivo. Fevereiro de 2016”, lembra. “Somando-se isso o fato de eu gostar muito de sexo e não suportar o comodismo e egoísmo masculino, resolvi mudar”. Para se manter distante destes defeitos masculinos, ela passou a encarar os homens somente na cama. “Gozo, recebo e deu!”.
Como decidiu só fazer o que tem vontade, a gaúcha faz questão de explicitar que atende somente quem lhe dá tesão. Em seu perfil no blog onde escreve diariamente, se autodenomina “feminista com asco de analfabetos funcionais e pessoas que abrem a boca sem nunca terem aberto o cérebro a novas leituras, informações e conhecimento”.
É neste site, também, que ela publica ‘tutoriais’ em que explica como se deve tratar uma acompanhante de luxo, como abordá-la, e também como se tornar uma. Com atenção redobrada em explicitar que “não é agenciadora e não ensina ninguém à profissão”.
Outra coisa que Claudia faz questão de deixar clara é a diferença entre prostitutas, garotas de programa e acompanhantes de luxo: “A prostituta é aquela que está na situação por necessidade extrema, se expondo a uma quantidade imensa de riscos, em esquinas, cobrando barato e com a penca de sujeição ao que o homem deseja. A garota de programa é aquela mais ou menos, um pouquinho melhor que a prostituta, que acha que porque faz faculdade, ou algo assim, é de nível.
Todavia, faz tudo o que o homem quer, faz sexo com mulheres mesmo que não goste, finge orgasmo pra agradar o homem, não tem tanta cultura, se veste de forma vulgar, assim como as prostitutas de esquina”, explica. “A acompanhante de luxo já é mais madura, sabe o que quer, o que faz, o que não quer, e impõe respeito, é empoderada”.
Apesar dessas determinações, ela afirma que no Brasil quase todas as mulheres que se denominam ‘acompanhantes de luxo’ são, na verdade, garotas de programa. “Só se denominam assim pra trazer uma palavrinha mais bonita, mas a conduta é de servilidade, igual, como as outras garotas de programa e prostitutas”.
Além de tudo isso, o preço é diferenciado. São R$600 por hora com ela, com ‘tudo incluso’, leia-se beijos e sexo anal, além de muita conversa. Claudia gosta de atender homens cultos, e conta que não atende quem lhe pergunta o preço do ‘programa’. “É qual o valor do encontro ou qual o valor do cachê, se não é bloqueado”, afirma. “É uma forma de limitar o contato por parte de tolos ou analfabetos funcionais. Tenho tesão por gente culta!”.
Feminismo
Com a nova vida, vieram também seus novos questionamentos. Claudia, hoje, estuda psicanálise e se interessa pela teoria feminista. Ser ‘dona de seu corpo’ é, inclusive, algo que ela preza.
Essa discussão, no entanto, entra em conflito com as ideias das ‘feministas radicais’, que chegam, inclusive, a comparar a prostituição com ‘estupro pago’. “São bestas, totalmente bestas, que não sabem que a gente tem o direito de fazer o que bem entende com o corpo da gente”, vocifera. “Não existe nada de feminista em transar de graça e facilitar o acesso demasiado do homem, seguidamente misógino e machista, ao corpo da gente. O que que há de errado em eu cobrar, e seguidamente ter prazer? Errado seria, sim, você explorar menores de idade. Triste é uma mulher que por fome vai se prostituir, o que eu sou extremamente contra”.
Na mesma linha de pensamento, Claudia se coloca como favorável ao Projeto de Lei Gabriela Leite, de autoria do Deputado Federal Jean Wyllys, que regulamenta as atividades das profissionais do sexo.
“Primeiramente porque você vai poder declarar imposto de renda como acompanhante de luxo, porque a gente tem renda. Pras prostitutas empregadas de bares, de zonas, elas vão ter a carteira assinada, a profissão vai ser reconhecida, então sem sombra de dúvida a Lei Gabriela Leite é um avanço que as pessoas precisam”.
Apesar do apoio, ela não se esquece de criticar a falta de unidade das profissionais. “Como a maioria das mulheres envoltas nesse meio não tem cultura, e propagam um alto preconceito, a partir do momento em que aceitam serem colocadas à margem da sociedade, não há luta quanto a isso. Não há cultura, não há luta, e este é o motivo para essa disfunção entre prostituta, garota de programa e acompanhante de luxo”.
Sem atender mulheres, casais ou qualquer pessoa com quem não se sinta à vontade, Claudia tem uma clientela de sete a dez homens por semana, e está satisfeita. “Estudo psicanálise, leio, minha mãe vive comigo bem e feliz, [tenho um] nível de vida bom, clientes de alto nível e divertidos”, finaliza.
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