Divino Arbués, voz e música que se confundem com Araguaia trajetória

Francis Amorim/RDNews

Ele nasceu às margens do Araguaia e sua música se confunde com o rio mais famoso do Centro-Oeste.
Tanta identificação é refletida não só nas suas origens, mas na música que deu nome à praia mais conhecida do rio Araguaia: Quarto Crescente.

Esse é Divino Arbués, que se tornou conhecido com músicas consagradas em seus três primeiros discos. Além de Quarto Crescente, Cor da Noite, Natureza e Afluente/Encontro das Águas (gravação que teve a participação especial de Almir Sater, Alzira Espíndola, Papete e Zé Gomes).

A carreira artística do cantor de Barra do Garças nasceu nos festivais do Centro-Oeste e chegou ao Pixingão, no Rio de Janeiro, como o melhor show regional apresentado no Projeto Pixinguinha, em Mato Grosso, com o Grupo Araguaia, nos anos 80.

Depois disso, Divino Arbués se apresentou no Empório Brasileiro (Rolando Boldrin, TV Band), Teatro da USP, Teatro Sesc Pompéia e no Sesc Ipiranga, em São Paulo, em Brasília (Sala Funarte e UNB), Goiânia (Teatro Goiânia e Faculdades), em Cuiabá (Casa da Cultura e Teatros), Festivais de Inverno de Chapada do Guimarães, Festivais de Praia na região do Araguaia, além de muitos shows pelo interior brasileiro.

Com sete discos gravados, sendo quatro CDs, Divino Arbués ganhou mais notoriedade pública a cada apresentação. Em 1998, gravou o CD Romance de Rio e Serra, com repertório que homenageia figuras típicas pioneiras da região do Araguaia, como o garimpeiro, o pescador, além dos gêneros musicais trazidos por eles, como o baião, a valsa, a folia, a catira e a guarânia.

Em 2001, lançou seu 5º disco, o CD Cantos do Vale, com repertório que explora o outro lado mais pop de sua música, sem, no entanto, deixar de lado as letras elaboradas. Temas como Abdução, Beijo Brasileiro, Quintais, Gerânios, Aracor e Estrada do Mar trazem uma roupagem alegre do xote, reggae, do latino, além das incursões pelo ritmo polcado em Noite em Cuiabá e Bem se vê.

Já em seus 6º disco, o CD Afluente, Divino traz músicas inéditas como Zelo e O Rio Araguaia e, ainda, novas gravações de Passarinho do Sertão, do hit Quarto Crescente e outras músicas do álbum Encontro das Águas. O 7º e mais recente disco é o CD Viagens, lançado em 2014 com importantes participações musicais, dentre elas, o instrumentista e compositor cearense Manassés, mantendo o mesmo calibre de abordagem da cultura regional e nacional.

Composições

Além de cantor, Divino Arbués é um dos compositores mais requisitados do país, com músicas gravadas por intérpretes de vários outros estados, como Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Acre. Entre esses intérpretes, o grupo mineiro A Quatro Vozes, Alzira Espíndola, Graça Gomes (Acre), Gilson Espíndola, Catireiros do Araguaia, Gilberto Correia e João Ormond, com quem mantém parceria em vários trabalhos, como Flor do Cerrado, Viagens, Pedra Preciosa e Te ver por aqui.

Novo trabalho

Entre os novos projetos que já começa a desenvolver e que tem expectativa de lançamentos a partir do final de 2017, está um CD próprio com músicas inéditas e um outro CD compondo um show junto com o violeiro mato-grossense João Ormond, com quem tem feito várias músicas em parceria, além de dar aprimoramento à sua divulgação e interatividade com o público nas redes sociais, por exemplo, via seu perfil no Facebook, onde sempre tem postado materiais históricos e/ou inéditos de música e literatura, e no site oficial.

O cantor destacou que, embora seu último trabalho tenha sido lançado em 2014, se mantém na ativa com participações em eventos na região Centro Oeste e, mais recentemente, fez questão de participar do Quintal Cultural, realizado em Aragarças (GO), reunindo nomes da música regional. “São eventos que mantêm viva a nossa cultura e devemos apoiá-los”, ressalta.

Escritor

Membro da Academia de Letras, Culturas e Artes do Centro Oeste, com sede em Barra do Garças, Divino Arbués desenvolve também trabalhos literários, já tendo lançado o romance Rio e Serra, prefaciado pelo escritor Delermando Vieira, de Goiás.

Atualmente, além de shows musicais, está divulgando seu último livro, Folhas e Paisagens, coletânea de textos com crítica e humor sobre temas atuais como meio ambiente, mídia, cultura e visão social, com ilustrações e artes do cartunista Brás Rubson (Cuiabá) e prefácio do cantor Almir Sater. Participou recentemente, enveredou por outra área artística, no documentário Ser Tão Araguaia, com direção do cineasta Amaury Tangará.
Por tudo isso é que Divino Arbués é considerado um dos grandes nomes da música mato-grossense e com reconhecimento no Estado de Goiás pelo amor dedicado à música e à literatura regionais.