História de superação: artista plástico troca as mãos pelos pés conheça Dupé
Francis Amorim/RDNews
Uma história de superação. Domingos Ferreira da Silva ou simplesmente Dupé nasceu com uma deficiência física (braços atrofiados), mas isso não impediu que ele desenvolvesse seu talento. O que para muitos seria impossível, pra ele é algo nada mais do que natural. Sem poder usar as mãos, o artista plástico usa os pés e a boca para a pintura de telas e as pontas dos dedos para tocar piano.
Reconhecido mundialmente e membro da Associação dos Pintores Com a Boca e os Pés, Dupé despertou para o mundo artístico aos sete anos. Incentivado pela família e apoiado por professores, ele começou a desenvolver o seu talento na pequena Aragarças (GO), cidade separada de Barra do Garças (MT) pelos rios Araguaia e Garças.
“Meu problema físico não foi empecilho para o mundo das artes, ao contrário, serviu como uma fonte de energia”, diz, lembrando que o início foi difícil, mas o esforço valeu a pena. “Minhas obras estão espalhadas por vários países em cartões e calendários, isso graças ao apoio da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, que nos dá total respaldo”, destaca.
Além de pintar retratos e paisagens, Dupé ainda tem tempo para ministrar aulas de terapia ocupacional na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Barra do Garças e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Aragarças (GO). “São atividades que auxiliam as pessoas que estão nesses locais a ocupar o tempo e também desenvolver o seu intelecto”, afirma.
Graduação
A deficiência de Dupé também não foi empecilho para frequentar a escola. Cursou todas as fases iniciais até a formação em Serviço Social por uma faculdade de Londrina (PR), considerada por ele como mais uma etapa vencida. “Tudo na vida depende do esforço de cada um. Eu procurei me dedicar com amor e carinho a tudo que fazia e, graças a Deus, esse esforço valeu a pena”, ressalta.
Arte e música
Depois de descobrir a habilidade com os pés e a boca, pintando retratos e paisagens, o artista plástico partiu também para a música, com trabalho gravado em áudio e vídeo, intitulado Grito da Vitória. Com a música, Dupé aprendeu a tocar piano usando os dedos dos pés. “Esse foi mais um dom que Deus me deu. A música e a oportunidade de tocar instrumentos musicais, como o piano, por exemplo”, afirma.
Mídia
O talento de Domingos Dupé cruzou fronteiras e ganhou notoriedade em vários programas de TV conhecidos no Brasil, como Jô Soares e Ana Maria Braga, que mostraram o seu trabalho e colaboraram para que ele fosse conhecido nacionalmente.
“Foram oportunidades que tive para expor meus trabalhos e agradeço pelo apoio. Hoje minhas obras ganharam o país, a Europa e o Oriente Médio justamente pela divulgação. Anualmente, remessas são enviadas para serem inseridas nos cartões e calendários”, informa, ressaltando que já está trabalhando em novos trabalhos para atender os novos pedidos.
Para desenvolver sua arte, Dupé conta com um atelier próprio anexo à casa dos pais, em Aragarças. É lá que nasce a fonte de inspiração para superar os obstáculos e continuar sua trajetória de vencedor.