Pela primeira vez no Estado, Rally dos Sertões será realizado em Barra do Garças
Pela primeira vez desde que foi criado, o Rally dos Sertões passará por Mato Grosso. A chegada dos competidores será nesta quarta (23), em Barra do Garças.
A edição 2017 é considerada histórica porque marca os 25 anos da competição, contando com um alto nível técnico e elevado grau de dificuldade. São 280 participantes, sendo 161 veículos, nas categorias carros (cross country e regularidade), UTVs e quadriciclos, além dos integrantes da expedição Sertões.
O Rally dos Sertões teve início na última quarta (16), em Goiânia (GO), e termina neste sábado (26), em Bonito (MS). A inclusão de Mato Grosso no rally é comemorada pelo governo. Tradicional e mundialmente conhecida, competição divulga para todo o mundo os locais por onde passa, promovendo a valorização do estado e incrementando o setor turístico.
“O rally é um grande evento esportivo de projeção nacional e internacional. A inclusão do nosso Estado cria visibilidade aos produtos turísticos mato-grossenses. É de suma importância que nós todos estejamos engajados para a passagem por Mato Grosso ser receptiva, mostrando o calor humano da nossa terra”, destaca o secretário-adjunto de Turismo do Estado, Luis Carlos Nigro.
Em Barra do Garças, a movimentação começa na madrugada de terça (22) para quarta, com a chegada das equipes de apoio e montagem. Já os competidores chegam amanhã à tarde, vindos de Aruanã (GO). Os competidores partem de Barra na quinta (24), pela manhã, rumo a Coxim (MS). De acordo com os organizadores, o percurso é de 666,01 km.
A organização do evento aponta que o trecho de Barra a Coxim “será a espacial mais longa da edição. A prova começa com estradas de piçarra bem sinuosas, segue por regiões de reflorestamento, passa por algumas serras até alcançar área agrícola com longas retas (alta velocidade). Em seguida, fica travada novamente. Trechos de Trial, com muitas pedras e segue para região mais plana. O final da especial tem muitas curvas e trechos de média e alta velocidade”.
Ações social e ambiental
Além da competição, o Rally dos Sertões promove ações na área social e ambiental que já se tornaram tradicionais. Hoje, a ação desenvolvida é considerada a maior iniciativa social privada ligada ao esporte no Brasil, com milhares de atendimentos médicos, distribuição de toneladas de material educativo e realização de centenas de palestras e oficinas instrutivas.
Já o grupo da Ação Ambiental tem a responsabilidade de recolher o lixo gerado pelo rally em todo o percurso e nos acampamentos. O objetivo principal da equipe é a remoção dos resíduos provenientes de acidentes com os veículos da competição. Esses acidentes podem deixar vidros quebrados, pedaços de ferro e fibra como para-choques ou portas e até mesmo derramamento de óleo.
Ao terminar o evento, além de limpar as trilhas e os acampamentos por onde passa a caravana, a equipe Sertões Ambiental espera tornar os profissionais envolvidos e as comunidades cada vez mais conscientes da responsabilidade ecológica.
O Rally
Poeira, lama, calor de derreter os miolos ou frio úmido nas madrugadas, estradas de asfalto e terra, picadas na mata, desfiladeiros e planícies. Atravessar grandes cidades e pequenos vilarejos, em contato com povos hospitaleiros e de uma simplicidade emocionante. Tudo isso faz parte do Rally dos Sertões.
Em 1991, começou a história do Rally com a realização do Rally São Francisco, que cruzou o país partindo de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para chegar até as praias de Maceió. O evento foi aberto exclusivamente para motos. Em 1993, foi organizada a primeira edição do que passou a chamar Rally dos Sertões, com largada em Campos do Jordão (SP) e chegada em Natal (RN).
Para a organização, além de brava competição, o evento é também uma grande lição. Competidores de todas as partes do mundo se deparam com uma realidade desconhecida e com paisagens jamais vistas. Quanto maior a dificuldade, maior o prazer em vencê-la. Assim são os competidores e o povo sertanejo.
O contraste entre o cenário e os personagens é grande. Basta imaginar a passagem de máquinas possantes, velozes e de alta tecnologia envolvida, por caminhos onde, muitas vezes, onde ainda trafegam carros de boi ou até boiadas.
Realidades que se misturam de um jeito muito forte e marcante. Os corredores, cobertos de poeira e cheios de garra, emocionam-se com a corrida em si, mas também com a acolhida que recebem. E aprendem muito a respeito do sertanejo que, como dizia o escritor Euclides da Cunha, “é, antes de tudo, um forte”. (Com Assessoria)