Delegado nega agressão a criminoso: “Jogo de defesa, mas não cola”

O delegado Olímpio Fernandes, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), garantiu que nenhum policial agrediu com tapas o criminoso Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos. 

 

Ninguém encostou a mão nessas pessoas. É estratégia de defesa

Lucas, que está preso desde segunda-feira (15) junto a dois menores de 15 e 17 anos, confessou ter participado do assassinato de três motoristas de aplicativos na Grande Cuiabá. As vítimas foram mortas a facadas e pauladas.

 

Em audiência de custódia, na terça-feira (16), o criminoso afirmou que recebeu “vários tapas na cara” de um dos policiais na delegacia na noite da prisão. Olímpio, que está atuando no caso, disse que nunca houve agressões.

 

O delegado atribui a uma “estratégia” de criminosos que, por medo da condenação, acusam os agentes de abuso de autoridade. 

 

“Ninguém encostou a mão nessas pessoas. É estratégia de defesa. Na audiência de custódia, muitas vezes a pessoa com receio das consequências do que praticou, joga ao vento isso aí para ver se cola. Não vai colar, porque ninguém fez nada disso”, disse.

 

“Nós tratamos todas as pessoas, inclusive os presos, com muita dignidade”, acrescentou.

 

“Não nos amendronta”

 

Por conta do suposto excesso cometido pelos investigadores, o Ministério Público Estadual (MPE) requereu à Corregedoria da Polícia Civil a instauração de um inquérito para apurar o caso.

 

Olímpio defendeu a atitude do MPE e disse que isso “faz parte do trabalho deles”.

 

“É trabalho deles apurar. É natural isso. Todos que trabalhamos com segurança pública, sabemos que isso é natural. Isso não nos amedronta, não nos deixa constrangidos, porque a gente sabe que cada um faz seu jogo”, afirmou.

 

Baguncinha na delegacia 

 

Em defesa dos investigadores, o delegado citou que os policiais, na noite da prisão, chegaram a comprar baguncinha para os presos. Um vídeo que circula na internet mostra os presos comendo os sanduíches algemados. 

 

“Nós demos lanches para eles, porque estavam sem comer e a gente não sabia se na hora que eles fossem encaminhados para a carceragem iriam ter tempo ou já teria previsão de alguma alimentação”.

 

“Ninguém encostou a mão neles, porque todos somos profissionais. Além de saber que isso não seria certo [dar tapas], todos teríamos receio de colocar qualquer mácula numa prisão tão importante”, completou.

 

Veja vídeo:

 

 

O caso

 

As vítimas Márcio Rogério Carneiro, de 34 anos, Elizeu Rosa Coelho, de 58, e Nilson Nogueira, de 42, desapareceram na última semana, após saírem para trabalhar. 

 

Os corpos de Elizeu e Márcio foram encontrados na segunda-feira, no bairro Jardim Petrópolis, na região do Chapéu do Sol, e em um lixão próximo do Capão do Pequi, ambos em Várzea Grande.

 

Já o corpo de Nilson foi localizado na manhã de terça-feira, no bairro Souza Lima, também em Várzea Grande.

 

Os delegados Nilson Farias e Olímpio da Cunha Fernandes Jr, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), consideram os criminosos como “serial killers”, ou seja, pessoas que cometem assassinatos em série com vítimas de perfil semelhante e sempre com o mesmo modus operandi.

 

Segundo os policiais, eles deixaram claro em depoimento que não iriam parar com os crimes.

 

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