DHPP Assassinos tinham planos de matar um motorista por dia

A Polícia Civil revelou que dois dos três detidos por envolvimento nos homicídios de motoristas de aplicativo, em Várzea Grande, disseram que desenvolveram “prazer e compulsão” por matar. Eles pretendiam fazer uma vítima por dia.

 

Se nós não tivéssemos conseguido prender, eles iam continuar matando, em média, um por dia

O trio é composto por Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos, e outros dois adolescentes de 17 e 15 anos. Eles foram detidos na noite de segunda-feira (15), no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.

 

Eles assumiram a autoria dos assassinatos de Elizeu Rosa Coelho, 58, Nilson Nogueira, 42, e Márcio Rogério Carneiro, 34. 

 

“O maior e um dos menores chegaram a citar que passaram a ter prazer com essas mortes. Que se nós não tivéssemos conseguido prender, iam continuar matando, em média, um por dia”, disse o delegado Nilson Farias ao Programa Tribuna, da Rádio Vila Real.

 

Elizeu foi morto no dia 11, Nilson no dia 13 e Márcio no último domingo (14). Até o momento, a Polícia encontrou somente os corpos de Elizeu e Márcio. 

 

“A partir do primeiro, eles desenvolvem essa compulsão e resolvem não perdoar mais. Eles afirmaram, categoricamente, que todos que pegassem, iriam matar. Eles queriam ter o prazer de tirar a vida. Falaram que criaram uma compulsão, tipo de serial killer”, disse. 

 

“O maior entrou na situação pelo roubo, porém, na hora que matou junto com o menor, falou que sentiu prazer. Eles iam continuar chamando Uber, matando e tentando ficar com o carro. Independente de tentar ou não reagir, eles iriam matar”, acrescentou o delegado.

 

A “vingança”

 

Segundo o delegado, os executores seriam Lucas e o adolescente de 17 anos. O outro menor de idade, conforme investigado, atuava como motorista nos crimes.

Ele sentiu que, naquele momento, o bandido tinha perdido e quis criar um cenário em que a vítima morre e o bandido vive

 

De início, conforme Nilson, o trio tinha a intenção de somente roubar os veículos das vítimas. Porém, o adolescente de 17 anos já tinha um plano de matar, porque queria se vingar pelo irmão, que morreu enquanto cometia um assalto.

 

“A princípio, o objetivo era só o roubo. Porém, um desses menores, no passado, em um assalto junto com o irmão, a vítima reagiu. O irmão dele morreu, e ele levou um tiro na barriga e perdeu um rim”, disse o delegado.

 

“Ele sentiu que, naquele momento, o bandido tinha perdido e quis criar um cenário em que a vítima morre e o bandido vive. Ele informou que queria se vingar, queria que os bandidos também ganhassem”.

 

“Ele resolveu se vingar matando as pessoas que assaltasse. Ele citou que uma das vítimas ajoelhou e implorou para não ser morta, mas ele matou mesmo assim, porque era uma forma de se vingar da morte do irmão”.

 

A vítima citada pelo delegado, que se ajoelhou, foi identificada como sendo Elizeu Rosa Coelho, o primeiro trabalhador assassinado pelo trio.

 

Modus operandi

 

As vítimas, conforme o delegado Nilson, eram escolhidas aleatoriamente. Um dos criminosos emprestava o celular de um familiar, solicitava o motorista pelo aplicativo e quem aceitasse primeiro a corrida se tornava o alvo.

 

“[Eles os] levavam para um local ermo, dizendo que iria liberar, soltá-los naquele local, porém, chegava e já tinham esse plano de tirar a vida dos trabalhadores”.

 

“A última vítima [Márcio] morreu a pauladas e as outras a facadas. Os três estavam armados. Eles pegavam facas aleatórias. Num dos homicídios, [eles contaram que] a faca quebrou e eles usaram canivete”, completou.

 

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