Filho de Barra do Garças faz sucesso com linguiça de jacaré em MT
Mídia News
Presença marcante na mesa de muitos brasileiros e indispensável no churrasco em família, a linguiça está longe de ser um prato exótico do cardápio. Mas você já ouviu falar em linguiça de carne de jacaré?
O empresário Lélis Fonseca resolveu apostar nessa delícia e está fazendo um grande sucesso. Para quem não conhece, Lélis é filho do ex-radialista Jota Fonseca (já falecido) e irmão do também empresário Célis Fonseca, o Bicudinho, do Bar do Bicudo, em Barra do Garças.
Depois de oferecer o produto em seu restaurante, especializado em peixes, ele decidiu investir em uma indústria para produzir linguiças artesanais em maiores quantidades.
“A ideia inicial dessa indústria era atender o meu restaurante, mas eu comecei a ter uma demanda muito grande com a linguiça de jacaré, e aí eu aproveitei para fazer também outras linguiças especiais”, afirmou.
A receita é uma mistura da carne do animal com leite e queijo. O resultado é uma iguaria de sabor suave e levemente picante.
O segredo, segundo o empresário, está no corte da carne, que é feito na faca.
“As carnes não são moídas, são picadas. Quando opta por esse procedimento, você sente melhor a carne, muda a textura e até o sabor. Isso remete, inclusive, a produtos de antigamente, que não são mais produzidos”, explicou.
A conotação de indústria, de acordo com Lélis, se dá em função das exigências e normas de vigilância. Mas ele faz questão de frisar o caráter artesanal dos seus produtos, do qual ele não abre mão.
“A nossa produção é extremamente limitada, são 300 quilos de alimentos por dia e não fazemos mais que isso. Porque a gente não quer perder justamente esse perfil do trabalho artesanal”.
Lélis disse, ainda, que não tem pretensão em disputar o mercado com as grandes indústrias de carne e afirma que sua intenção é desmistificar a ideia de que a linguiça é feita a partir de sobras de carnes.
“Os produtos daqui são feitos com as partes nobres dos animais, seja de suíno, bovino ou de jacaré. A tripa que nós usamos é natural do porco, não é a sintética, ou seja, o produto é extremamente diferenciado por causa disso. Nossa linha de produtos é premium, é elitizada, tanto é que nós nem entramos na briga da comparação de preço”, garantiu.
As linguiças suínas, por exemplo, podem ser encontradas a R$ 38 (o quilo), em média, nas prateleiras dos principais supermercados.
O preço, segundo Lélis, não incomoda seus clientes, que sabem o valor do produto que estão levando para casa.
Além disso, o empresário conta que a charcutaria, na contramão dos principais negócios, é a realização de um sonho.
“A gente vive em um país capitalista e, no final da história, tudo que a gente faz é pensando em ganhar dinheiro. Mas eu te falo com toda a sinceridade: essa indústria aqui é um projeto pessoal”, afirma.
“Eu estou muito feliz com o que está acontecendo, com os comentários que estou ouvindo, é muito gratificante. Isso é o pagamento de um trabalho árduo, de muito tempo”, completou.
Outros produtos
Além das linguiças, a Charcutaria Lélis também produz o bolinho de pacu e o quibe de pintado, que já são velhos conhecidos do paladar dos cuiabanos.
O empresário também lançou recentemente uma linha de produtos defumados, levando sempre em consideração a importância do trabalho artesanal na feitura dos alimentos.
“Nós utilizamos o processo tradicional da fumaça da serragem, com a madeira de cedro que nós trazemos de fora” explica.
A Charcutaria Lélis está funcionando há pouco mais de 3 meses. Presente em 25 pontos de venda de Cuiabá, o espaço produz ainda linguiças suínas de limão siciliano, com molho barbecue, as tradicionais linguiças cuiabana e Maracaju e a linguiça de frango, que leva vinho, uvas passas e castanhas.